Jornal Estado de Minas

'COMPADRES'

Kalil sobre Zema e Bolsonaro: 'Se tratam como marido e mulher'

Pré-candidato ao governo mineiro, Alexandre Kalil (PSD) disse, nesta segunda-feira (16/5), que a relação entre o rival Romeu Zema (Novo) e Jair Bolsonaro (PL) se assemelha a um enlace entre "marido e mulher". O ex-prefeito de Belo Horizonte disse que a atual gestão estadual espalha "propaganda enganosa" e pensa apenas em uma "pequena bolha de empresários".



" é o grande amigo dele, o compadre dele, e se tratam como marido e mulher. Ele não conseguiu tirar um convênio, um recapeamento de estrada ou colocar os hospitais funcionando, mas aprendeu a agressividade pessoal", afirmou, em entrevista à sucursal da TV Alterosa na Zona da Mata e no Campo das Vertentes.

Kalil e Zema trocaram farpas nas redes após o governador anunciar aumento no Piso Mineiro de Assistência Social. As cifras vão passar de R$ 54 milhões para R$ 81 milhões. Nas contas do pessedista, o montante geraria repasses anuais de R$ 30 às 2,7 milhões de famílias beneficiadas pela verba.

A comemoração de Zema por causa do crescimento do fundo em prol da Assistência Social foi chamada de "sacanagem" por Kalil. Ontem, o chefe do Executivo estadual foi às redes rebater.



"Como a politicagem não descansa nem aos domingos, tem assombração que prefere a ignorância, mesmo que tenha recebido esse dinheiro pago pelo estado. Para quem abandonou a faculdade, mas se diz engenheiro, soa normal que não saiba fazer conta e prefira a mentira".

Hoje, então, Kalil afirmou que o fato de não ter concluído o curso de Engenharia Civil "não desqualifica" os cálculos. "Acabou a farra da mentira. O que fiz, não foi crítica; foi conta. Essa conta, a gente aprende no grupo escolar. Não precisa fazer curso de engenheiro para ver a aberração desumana que este governo, ligado a Jair Bolsonaro e apaixonado por Jair Bolsonaro, faz com o povo de Minas Gerais", protestou.

Zema e Bolsonaro têm trocado afagos, mas em fevereiro deste ano o governador criticou o presidente. O político do Novo tem dito que vai apoiar o pré-candidato de seu partido ao Planalto, Felipe d'Avila. Bolsonaro, por sua vez, tem o senador Carlos Viana, do PL, como nome ao governo mineiro. Apesar disso, chamou o pré-candidato à reeleição de "exemplo para todos nós" no fim de abril.



'Fomos abandonados'


Antes, na mesma entrevista, Kalil comentou as chuvas que assolaram Belo Horizonte no início de 2020 e, depois, a pandemia de COVID-19. Segundo ele, o governo mineiro não prestou a assistência adequada às cidades para o enfrentamento à emergência sanitária.

"Enfrentamos sozinhos. Fomos abandonados, como tudo, pelo governo do estado, que pensa só naquela pequena bolha de empresários. É uma pequena bolha - se fossem todos, estaríamos falando em geração de empregos", assinalou.

"Queremos explicar à população que pagar salários em dia não é grande feito, mas obrigação. Não pode ser plataforma de campanha. Temos de olhar a saúde, os hospitais abandonados e a falta de remédios, o que não aconteceu em nossa cidade. O esforço dos prefeitos não deixou o país mergulhar em uma crise muito mais profunda do que já está", emendou ele.

O pré-candidato do PSD afirmou, ainda, que Minas Gerais têm perdido importantes indústrias. Segundo ele, o fato de a prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão (PT), não estar alinhada a Zema e Bolsonaro, contribuiu para o município da Zona da Mata perder a disputa pela fábrica da cervejaria Heineken, que escolheu Passos, no Sul.

"Temos uma fábrica importante de cerveja, que ele queria que fosse em Uberaba. Juiz de Fora participou e perdeu - porque, claro, não é um governo que beija a mão do Bolsonaro ou a dele