O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pediu que a Polícia Federal investigue se o ex-juiz Sergio Moro e a mulher dele, a advogada Rosângela Moro, cometeram fraude ao transferirem o domicílio eleitoral de Curitiba para a capital paulista.
O promotor Reynaldo Mapelli Júnior disse que as primeiras explicações enviadas pelo casal "não convencem" e que é preciso aprofundar a investigação.
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Para justificar o vínculo com a capital paulista, Moro informou ao MP que recebeu honrarias no estado e que trabalhou para a consultoria americana Alvarez & Marsal. Já Rosângela afirmou que, desde 2016, presta serviços para uma associação de pessoas com doenças raras sediada em São Paulo.
"(É uma) situação que, por si só, exige uma investigação criminal para verificar se a inscrição foi fraudulenta ou não, inclusive considerando a aparente fragilidade dos demais vínculos alegados a posteriori (no caso de Sergio, as honrarias que não foram conferidas pela municipalidade de São Paulo, o contrato com empresa novaiorquina que teria sede na capital paulistana e o núcleo político que diz ter se dado em outro local, o Hotel Continental; no caso de Rosângela, o contrato de prestação de serviços com um associação de defesa de pessoas com doenças raras e outras deficiências, que tem sede na capital paulistana", anotou o promotor.
O pedido para investigar o casal foi feito pela empresária Roberta Luchsinger, filiada ao PSB, no mês passado. Recém-filiados ao União Brasil, Moro e Rosângela são paranaenses. Os dois transferiram os domicílios eleitorais com a intenção de lançarem candidaturas ao Legislativo.
O advogado Gustavo Guedes, que representa o ex-juiz, afirmou que "Sergio e Rosangela Moro cumpriram rigorosamente todas as exigências da legislação eleitoral ao solicitarem a mudança de domicílio eleitoral". "Moro e sua esposa estão à disposição da Polícia Federal para prestar todos os esclarecimentos necessários, confiantes de que a lei vale para todos e deverá prevalecer", acrescentou.