Para o ex-deputado federal Miguel Corrêa, o pré-candidato do PDT ao governo mineiro, houve "inabilidade" da gestão de Romeu Zema (Novo) na condução do caso que gerou a permissão a um projeto minerário na Serra do Curral. Nesta terça-feira (17/5), Corrêa criticou a concessão, por parte do Conselho Estadual de Polícia Ambiental (Copam), da licença pedida pela Taquaril Mineração S.A (Tamisa).
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A decisão do Copam em prol da Tamisa saiu na madrugada do dia 30 de abril, após reunião virtual que durou cerca de 18 horas. Ambientalistas, políticos, artistas e a Prefeitura de Belo Horizonte criticam o empreendimento, porque temem riscos ao meio ambiente e à qualidade de vida. Na lista de temores, estão prejuízos ao abastecimento hídrico e a possibilidade de vibrações causadas pelos explosivos utilizados para viabilizar as escavações.
Segundo Miguel Corrêa, as tragédias de Mariana, em 2015, e Brumadinho, em 2019, precisam ser levadas em conta nos debates sobre os impactos da mineração. Enquanto o rompimento da barragem de Fundão deixou 19 mortos, o desastre na barragem do Córrego do Feijão ceifou 272 vidas.
"É preciso discutir um novo arcabouço de regras. Não se pode fazer mais como o modelo anterior, que, já está provado, não deu certo - e a um custo muito caro. Isso beira o absurdo. Inabilidade na negociação", protestou.
O agora pedetista deixou o PT em março deste ano, após larga trajetória no partido. Ele chegou a ser secretário de Desenvolvimento Econômico no governo do petista Fernando Pimentel. Para Corrêa, a exploração minerária deve ser norteada por um princípio: não colocar em risco nenhuma população.
"O que precisa ser apresentado é uma nova solução de segurança, naturalmente adequada a um novo modelo de mundo. Não queremos mais destruir o que temos de valor. Não é prejuízo à economia. Não sou radical ou contra a mineração, mas há a necessidade de construir novas regras".
Pré-candidato critica 'dinheiro em caixa'
Durante o bate-papo, Miguel Corrêa afirmou que o governo Zema chegou a ter R$ 30 bilhões em caixa. Ele criticou a situação das estradas e disse que a verba poderia ter sido utilizada, em parte, para investimentos em melhorias das vias.
"A mais simples ação de infraestrutura é a manutenção. Esses contratos estão prontos em qualquer governo ou prefeitura. Dinheiro em caixa, para um governante, é incompetência. Para a população não significa nada. O que significa, para a população, são as estradas com condições de tráfego, os hospitais com condições de atendimento e os salários condizentes aos servidores. Governo não é para ter lucro", assinalou.
"Qual a grande ação do atual governo do estado? O que ele fez, em termos de grandeza, aos mineiros? Qual o grande projeto apresentado? Com todo o recurso em caixa, o que foi feito? Não consigo entender", emendou ele.
A principal missão da candidatura de Miguel Corrêa, se concretizada, será dar palanque em Minas a Ciro Gomes, o presidenciável do PDT. Os trabalhistas querem evitar o que aconteceu em 2018, quando a saída de Marcio Lacerda (PSB) do páreo deixou Ciro sem abrigo no estado. Ontem, o Instituto Paraná Pesquisas apontou que o pré-candidato ao Palácio Tiradentes tem 0,3% das intenções de voto.
Sabatinas do EM com pré-candidatos
Miguel Corrêa inaugurou uma série de sabatinas com pré-candidatos ao governo de Minas. Na próxima segunda-feira (23), o entrevistado será Alexandre Kalil, pré-candidato do PSD. O ex-prefeito de Belo Horizonte deve ter o apoio de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição mineira. O terceiro sabatinado será o senador Carlos Viana, do PL. A conversa com o pré-candidato ocorrerá no dia 30 deste mês, também uma segunda. Todos os bate-papos serão transmitidos ao vivo pelo canal do Portal Uai no YouTube
Além deles, de Zema e de Corrêa, devem estar na disputa Lorene Figueiredo, do PSOL, e Renata Regina, do PCB. O PSDB, por sua vez, escolheu o ex-deputado federal Marcus Pestana como pré-candidato. Os principais trechos da entrevista com Corrêa serão publicados na edição de domingo do Estado de Minas.