O ministro Alexandre de Moraes, que será presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições de 2022, saiu em defesa do trabalho da Justiça, na manhã desta quinta-feira (19/5). O magistrado destacou que as atividades da Corte são sérias e buscam combate "aqueles que são contrários aos ideais republicanos".
A fala ocorreu durante sessão de homenagem aos 90 anos da Justiça Eleitoral brasileira. Atualmente, o TSE é comandando pelo ministro Edson Fachin, que passará o bastão a Moraes em agosto. Na presidência do tribunal, o magistrado terá como principais desafios o combate à desinformação e os ataques de Jair Bolsonaro (PL) às urnas eletrônicas.
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“A vontade de democracia e a coragem de combater aqueles que são contrários aos ideais constitucionais e republicanos permanecem na Justiça Eleitoral", completou o ministro no evento.
Mesmo sem citar o nome do presidente Bolsonaro, Moraes fez uma defesa do pleito para rechaçar as declarações do chefe do Executivo que tenta descredibilizar o processo eleitoral brasileiro.
Desde que foi eleito, Bolsonaro e seus apoiadores afirmam que as eleições de 2018 foram fraudadas e que a chapa teria ganhado em primeiro turno contra Fernando Haddad (PT). O presidente chegou a sugerir que as Forças Armadas fizessem uma apuração paralela nas eleições deste ano e causou, mais uma vez, atrito entre os poderes.
Trabalho sério
No evento, Alexandre de Moraes também enalteceu o papel do TSE no combate à desinformação e luta pela transparência. “Os brasileiros só têm do que se orgulhar da Justiça Eleitoral. É um trabalho sério, duro e de fiscalização, mas, mais do que isso, o trabalho da Justiça eleitoral é um trabalho de afirmar dos valores democráticos, republicanos e do estado de direito”, disse.
O ministro ainda destacou o histórico de luta do sistema eleitoral contra a fraude. "Nasceu com muita vontade, nasceu com muita coragem de lutar pela democracia e com muita coragem de lutar contra um sistema que, à época, era um sistema que tentava capturar a vontade soberana do povo, desvirtuando os votos que eram colocados nas urnas”, disse.
“Esse foi o surgimento da Justiça Eleitoral: vontade de concretizar a democracia e coragem para lutar contra aqueles que não acreditam no estado democrático", declarou Moraes.