O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, por meio de uma publicação em uma rede social, afirmou que o partido fechou acordo em torno de uma candidatura única, juntamente com o Cidadania e o MDB e que não abre mão do entendimento, considerando que qualquer discussão fora desse contexto “é um desserviço à verdade dos fatos” e “desrespeito às decisões coletivas” e ao país.
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Aécio defende PSDB na eleição presidencial e cogita concorrer ao SenadoDeputado Aécio Neves diz que espera "grandeza política" de João DoriaPresidente do PSDB mineiro sobre desistência de Doria: 'Gesto de grandeza'A declaração de Aécio vai na contramão da direção do partido, que articula apoio ao nome da senadora sul-matogrossense Simone Tebet (MDB) para a disputa presidencial, representando a terceira via.
Aécio anunciou que levaria a tese da defesa da candidatura própria à reunião da Executiva Nacional do PSDB, que seria realizada nesta terça-feira (24/5), em Brasília. Mas a direção do partido adiou o encontro para 2 de junho.
“Lamento que a reunião da executiva nacional tenha sido adiada. Espero que possamos nos reunir o mais rapidamente possível para debater de forma clara e democrática os caminhos para o nosso futuro. O PSDB nunca teve dono e não será agora, nesse momento grave da vida nacional, que terá”, declarou o deputado e ex-governador mineiro, por meio de nota.
“É hora de aproveitar esses últimos acontecimentos para reconstruirmos a unidade do PSDB em torno do único caminho que permitirá que o partido continue a cumprir sua trajetória em defesa do Brasil, ou seja, com uma candidatura própria à Presidência da República”, completou o parlamentar. Para ele, “a decisão do ex-governador João Doria de se afastar da disputa presidencial obriga o PSDB a reabrir a discussão sobre como a legenda vai enfrentar as próximas eleições.
Na entrevista ao EM, na segunda-feira, Aécio argumentou que defende o lançamento da candidatura própria pelos tucanos como forma de romper a polarização na disputa para o Planalto do Planalto, entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), que lideram as pesquisas.
"PSDB não deve, num momento como este, se omitir. Para o Brasil, é importante que o PSDB se apresente com um nome que possa de alguma forma furar essa polarização que aí está (Lula x Bolsonaro).”
O deputado federal e ex-senador também chegou a insinuar o interesse da direção do PSDB de apoiar uma candidatura presidencial de outra sigla para ter mais dinheiro do fundo partidário para fortalecer candidatos a governador e ao Congresso Nacional.
“Acho que o PSDB deve insistir na tese da candidatura própria. Essa vai ser a grande decisão (a ser tomada) daqui por diante. O PSDB deixar de disputar a eleição (presidencial) para que haja mais recursos do fundo eleitoral para candidatos a governador ou mesmo ao Congresso não é uma decisão que a meu ver atenda aos interesses do partido”, afirmou.
O presidente nacional do PSDB evitou dar declarações à imprensa no sentido de confrontar diretamente o deputado e ex-senador mineiro, que, nas prévias do partido realizadas em novembro passado, apoiou o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite, vencido por Doria. Ele optou por “mandar recado” por meio de uma postagem no Twitter.
“O PSDB tem um acordo político em torno de uma candidatura única (PSDB/Cidadania/MDB). Qualquer outra discussão é um um desserviço à verdade dos fatos, desrespeito às reiteradas decisões coletivas e, mais grave, ao país”, escreveu Bruno Araújo na mensagem publicada na rede social.