O ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) classificou nesta terça (24/5) como "risível" a ação protocolada pelo PT contra ele que pede ressarcimentos por prejuízos causados pela operação Lava-Jato. Moro tornou-se réu ontem após decisão da Segunda Vara Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal. Em entrevista à rádio +Brasil, hoje, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou esperar que Moro tenha "o direito de defesa e a presunção de inocência que eu não tive com ele (como juiz)".
"A ação popular proposta por membros do PT contra mim é risível. Assim que citado, me defenderei. A decisão do juiz de citar-me não envolve qualquer juízo de valor sobre a ação", disse Moro em sua conta no Twitter.
A inversão de valores é completa: Em 2022, o PT quer, como disse Geraldo Alckmin, não só voltar à cena do crime, mas também culpar aqueles que se opuseram aos esquemas de corrupção da era petista. A ação popular proposta por membros do PT contra mim é risível. %u27A1%uFE0F
%u2014 Sergio Moro (@SF_Moro) May 24, 2022
O ex-juiz afirmou ainda que "todos que lutaram contra a corrupção serão perseguidos na 'democracia petista'".
A ação foi protocolada em 27 de abril pelos deputados do PT Rui Falcão, Erika Kokay, José Guimarães e Paulo Pimenta, bem como pelos advogados do grupo Prerrogativas, e pede responsabilização de Moro por possíveis ilegalidades na condução da operação Lava-Jato, que levou inclusive à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O pedido foi aceito na segunda-feira (23) pela Segunda Vara Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal. Na decisão, o juiz federal Charles Renaud Frazão de Moraes pede que o Ministério Público Federal tenha ciência da ação. Agora réu, Moro precisa apresentar sua defesa.
'Moro cometeu crime contra o país'
Em entrevista à rádio Brasil, nesta terça-feira, o ex-presidente Lula pronunciou-se sobre a ação. "Eu, pessoalmente, acho que o Moro cometeu um crime contra esse país. Os prejuízos que esse país teve com o Carnaval que o Moro protocolou nesse país é muito grande", disse o ex-presidente.
"O que eu quero que aconteça com o Moro e com qualquer outra pessoa neste país é que eles tenham um julgamento decente, digno e respeitoso. Que eles tenham direito à presunção da inocência e que possam provar as coisas que fizeram e que não fizeram."
Lula voltou a criticar a cobertura que a imprensa fez à época das investigações e de sua eventual prisão. “É muito difícil você sobreviver com 59 capas de revistas te chamando de ladrão. É muito difícil você sobreviver com 680 primeiras páginas dos jornais falando que você cometeu corrupção. Eu sobrevivi a tudo isso. Estou com a minha consciência tranquila porque invadiram a minha casa, levantaram o colchão, quebraram o fogão, abriram televisão para tentar ver se tinha alguma coisa e não encontraram um santo de dólar."