O secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais, Fernando Marcato, disse, nesta quarta-feira (25/5), que Alexandre Kalil (PSD), pré-candidato ao governo, não deu contribuições durante o processo de consulta pública sobre o Rodoanel Metropolitano. Há dois dias, o ex-prefeito de Belo Horizonte afirmou que o projeto da nova estrada precisa ser "jogado fora".
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O modelo de parceria público-privada (PPP) que vai nortear a construção do Rodoanel prevê a injeção de R$ 3,5 bilhões dos cofres do governo mineiro. As cifras são referentes à indenização bilionária paga pela Vale em virtude do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, há três anos.
Há dois dias, durante participação no podcast "EM Entrevista", transmitido no YouTube do Portal Uai, Kalil criticou os termos do projeto.
"O Rodoanel tem que pegar, picar, botar num triturador, jogar fora e voltar a conversar sobre aquilo. Você faz um Rodoanel, no século 21, com pista dupla?", afirmou. "Quando saiu o projeto do Anel e disse que não adiantava correr para fazer política com Anel, que não ia dar certo, quase fui massacrado. Não saiu do papel, está judicializado porque não houve conversa, não houve mesa para resolver esse assunto", pontuou, em menção às reclamações de prefeituras como Contagem e Betim sobre os impactos da obra.
Fernando Marcato, no entanto, garantiu que o projeto foi estruturado a partir de "ampla participação popular". "Nunca recebi um pedido dele para sentar, conversar e entender melhor o projeto", assegurou.
O secretário de Infraestrutura também foi criticado por Kalil, que lembrou o fato de ele ser formado em Direito e ter vindo de São Paulo. "A forma como ele se relaciona é muito estranha. Não foi só um ataque à condução, mas um ataque pessoal", devolveu Marcato, que acusou o ex-prefeito de BH de ter atitude "destrutiva".
Estradas em xeque
Kalil falou, também, sobre problemas vistos nas estradas de Minas Gerais. "Há dois culpados para isso: ou o carro que passa na estrada, ou o governador do estado, que não arrumou", culpou. O pessedista sinalizou ter a intenção de retomar o Pró-MG, programa de revitalização de vias iniciado em 2007.
Fernando Marcato, contudo, garantiu que o Provias, pacote de intervenções rodoviárias anunciado neste ano pela gestão de Zema, é capaz de assegurar melhorias aos condutores. "São 100 obras andando no estado, com licitação e projeto. É um esforço. Não é o ideal, mas é um programa, com começo, meio e fim", defendeu.
"Temos entre 3 e 4 mil quilômetros em péssimo estado. Estamos atacando 2,5 mil quilômetros nessa primeira fase e, no ano que vem, a gente espera zerar e recapear tudo".
O ex-prefeito de BH também colocou em dúvida a entrega do Aeroporto da Pampulha ao Grupo CCR. A empresa, controladora do Aeroporto de Confins por meio da BH Airport, venceu o leilão para a concessão do terminal da Pampulha ao se comprometer a desembolsar R$ 34 milhões.
Kalil insinuou que a concorrência, ocorrida em fevereiro deste ano, aconteceu com o objetivo de entregar o Aeroporto da Pampulha à CCR. Ele afirmou que a privatização foi feita "a toque de caixa".
"Houve uma concorrência pública. O pré-candidato esquece que, no Brasil, a gente tem de fazer uma licitação", pontuou Fernando Marcato. "O problema é ter um aeroporto parado, com inundações. A concessão vai resolver o problema das inundações na Pampulha", continuou.