O Senado Federal aprovou nesta quinta-feira (26/5) a Medida Provisória (MP) 1.091/2021, que fixou o valor do salário mínimo para R$ 1.212 neste ano. O valor não teve aumento real, apenas corrigiu a inflação acumulada no período de janeiro a dezembro de 2021, com base na variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). A matéria segue para promulgação do presidente Jair Bolsonaro (PL).
O valor de R$ 1.212 foi o fixado no Orçamento de 2022, aprovado pelo Congresso Nacional no dia 21 de dezembro do ano passado, baseado na previsão de 10,18% do INPC. O valor foi alvo de críticas por entidades e por parlamentares.
Segundo a relatora do texto no Senado, Soraya Thronicke (União-MS), o avanço da proposta sem um valor maior é um ‘constrangimento’. Segundo ela, tanto a classe política, quanto a população vem se distraindo com uma “cortina de fumaça” ao debater questões ideológicas, em vez de focar em questões como a economia.
“Essa briga, essa polarização, na verdade, não passa de uma grande cortina de fumaça que todos nós caímos quando não prestamos atenção que os nossos problemas, os problemas de todos os brasileiros, são um só: a economia. É fazer o país prosperar. As pessoas se iludem e se distraem com bobagens que não vão colocar comida na mesa dos brasileiros”, disse.
“Eu fico muito constrangida de não trazer algo palpável e concreto, com notícias melhores para todos os brasileiros. Estamos cumprindo uma formalidade de uma medida provisória que entrou em vigor na data da sua publicação no valor de R$ 1.212”.
De acordo com dados do Dieese, a cesta básica em 2019 estava custando R$ 482,40; em 2020; R$ 519,76; em 2021 R$ 639,47; R$ 715,65 em 2022.
A senadora ainda fez críticas ao setor de agronegócio, que se manteve forte apesar da pandemia.
“Tem muitas pessoas no meu entorno que são do agronegócio e que estão extremamente felizes com a situação do agro. Eu fico muito feliz por isso, o Brasil precisa do agro, meu estado vive do agro, mas todos nós precisamos lembrar que não somos um setor só. Temos o setor varejista, as indústrias, setor de serviços. Não podemos olhar só para nosso umbigo e o resto que se dane”, frisou.
“Problemas reais”
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) fez elogios à fala de Thronicke — vice-líder do governo na Casa — e voltou a falar que o Brasil precisa enfrentar “problemas reais”.
“Nós temos problemas reais no Brasil, os problemas dos dois dígitos. Os dois dígitos da inflação, os dois dígitos dos juros, do desemprego, os dois dígitos que se aproximam no preço da gasolina, que já custa R$ 10 no Brasil”, disse o presidente do Senado. Segundo ele, o país possui problemas criados por ‘oportunismos eleitoreiros’.