O presidente Jair Bolsonaro (PL) classificou de "canalhice" o resultado da recente pesquisa de intenção de votos divulgada pelo Datafolha, que o coloca com 27% e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 48% — podendo vencer a disputa pelo Palácio do Planalto no primeiro turno. Ele também duvidou dos dados da sondagem que o coloca em empate técnico na disputa pelo eleitor evangélico — 47% contra 45% do petista.
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Apesar da irritação com o resultado da pesquisa, uma outra, divulgada ontem e realizada pelo instituto Paraná Pesquisas, diz que Bolsonaro tem 39,1% das intenções de voto contra 35% de Lula em São Paulo. Aliados do presidente comemoraram o resultado nas redes sociais e reforçaram os ataques ao Datafolha. O levantamento também aponta Ciro Gomes (PDT) com 5,4% e João Doria (PSDB) — que abandonou a disputa — com 3,9%. Os demais candidatos, como a senadora Simone Tebet (MDB), receberam menos de 2%.
Valores
Em um palanque montado no sambódromo da capital amazonense, Bolsonaro aproveitou o público evangélico para acusar Lula de promover a subversão de valores e de não ter compromisso com princípios religiosos. "Temos um só Deus, um só senhor. Quem serve a dois senhores, não é digno de nos representar. Somos contra a ideologia de gênero, respeitamos nossas crianças em sala de aula. Nós somos contra a liberação das drogas e contra os jogos de azar no Brasil. Sabemos o que o outro lado quer fazer e o que ele fez no passado. Nós não queremos retornar a essa época sombria, quando imperava corrupção, desmando e ataque à família brasileira", disse.
Ao agradecer a presença dos apoiadores, criticou o fechamento de templos religiosos na pandemia e voltou a atacar o "comunismo". "Não aceitamos a nossa bandeira ser vermelha, não aceitamos o comunismo ou o socialismo. Nós daremos a nossa vida pela nossa liberdade. Repudiamos todos aqueles que, por ocasião da pandemia, fecharam igrejas e templos", afirmou.
O presidente aproveitou para se justificar sobre os decretos que baixou, há duas semanas, que reduziam o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em até 35% e que punham fim ao incentivo a empresas responsáveis por produzir concentrados para bebidas na Zona Franca de Manaus. Parlamentares amazonenses e entidades empresariais afirmaram que as medidas traziam prejuízos à região industrial. Os decretos foram suspensos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).