A pré-candidata do Partido Comunista Brasileiro (PCB) ao governo mineiro, Renata Regina, chamou Romeu Zema (Novo) de "genocida". A declaração foi dada nesta segunda-feira (30/5), durante participação no "EM Entrevista", podcast do Estado de Minas e do Portal Uai.
"Não é porque, proporcionalmente, nossos números não são tão assustadores em relação ao apanhado do país, ainda sim tivemos muitas mortes e uma péssima condução no enfrentamento à pandemia. Zema, ao reproduzir a linha política do governo genocida de Bolsonaro, se torna um genocida", afirmou.
Renata fez a acusação ao governador enquanto criticava a postura da gestão estadual ante a violência contra a mulher. Ela protestou contra a ausência de políticas públicas efetivas para coibir os casos e assinalou e apontou "fragilização" das ações de defesa.
"Não há outro nome para chamar esse senhor que se encontra no governo. Ele chegou facilitando o licenciamento de mineração sendo que, no primeiro ano de gestão, tivemos um crime socioambiental absurdo, que ceifou muitas vidas e impactou o estado e o país", afirmou.
Na sexta-feira (27), uma mulher também chamou Zema de "genocida" ao invadir um evento da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e, frente a frente com o político do Novo, protestar contra ataques de gênero.
"O contexto de pandemia, com isolamento, acarretou no aumento no número de [casos] de violência contra as mulheres - e não só na violência no âmbito doméstico. O governo não implementou medidas encaminhadas pela Assembleia para esse enfrentamento", corroborou a pré-candidata do PCB.
eMBED zEMA:
Ao questionar a postura de Zema, Renata Regina mencionou declarações do governador que ela considerou terem teor preconceituoso. "O governador não perde a oportunidade de fazer uma declaração machista. Isso, inclusive, é outra forma de violência contra a mulher. Ajuda a perpetuar o pensamento que diz, de uma forma ou outra, que é legítimo bater em mulher em determinados contextos. Ele falou, no ano passado que, às vezes, mulheres que se separam não se conformam e passam a perseguir seus maridos".
A fala mencionada pela comunista ocorreu em setembro último. À época, ao alfinetar o correligionário João Amoêdo, Zema disse que mulheres são mais obsessivas do que os homens. "Está havendo uma obsessão. Para a mulher que separa, fica sendo uma obsessão da vida dela destruir o ex-cônjuge. Não digeriu até hoje. Na minha opinião, não vai digerir nunca", pontuou, sem mencionar o nome de Amoêdo.
Renata Regina atua como doula - profissional responsável por auxiliar as gestantes nos partos. Ela calcula ter ajudado em mais de 300 nascimentos. Segundo a pré-candidata, as mulheres precisam participar da formulação de políticas públicas que possam acolher vítimas de violência doméstica e prevenir as ocorrências
"[É preciso] ampliar a rede de proteção. Tinha uma série de delegacias de atendimento especializado no interior, fora da Região Metropolitana; nos últimos 20 anos, várias delas foram fechadas. Onde não for possível instalar uma delegacia de atendimento à mulher, que tenha uma equipe qualificada e atualizada para atuar", ressaltou, pedindo, também, a ampliação de mecanismos de geração de renda.
"Hoje, quando a mulher que está sofrendo violência busca ajuda, ainda sofre uma outra série de violências, pois as equipes não estão preparadas para isso", completou.
Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, o número de feminicídios no estado caiu 32,7% de janeiro a abril deste ano em comparação ao mesmo período de 2021. As autoridades de segurança monitoram, com tornozeleira eletrônica, 464 agressores.
Em nota emitida na sexta, após as críticas sofridas por Zema pela mulher que invadiu o evento policial, o governo do estado afirmou ter capacitado os Centros de Referência Especializados no Atendimento à Mulher (Cerna) para suprir as demandas recebidas em meio à pandemia.
"Atualmente, os atendimentos psicossociais do Cerna seguem sendo prestados de forma híbrida, a depender da demanda e preferência apresentada por cada atendida. Assim, há a oferta de atendimentos virtuais, realizados através de tecnologias de informação e comunicação (como ligação, vídeo conferência, etc.), ou presencial por meio de agendamento das salas de atendimento individuais do Cerna", lê-se em trecho do comunicado.
"Não é porque, proporcionalmente, nossos números não são tão assustadores em relação ao apanhado do país, ainda sim tivemos muitas mortes e uma péssima condução no enfrentamento à pandemia. Zema, ao reproduzir a linha política do governo genocida de Bolsonaro, se torna um genocida", afirmou.
Renata fez a acusação ao governador enquanto criticava a postura da gestão estadual ante a violência contra a mulher. Ela protestou contra a ausência de políticas públicas efetivas para coibir os casos e assinalou e apontou "fragilização" das ações de defesa.
"Não há outro nome para chamar esse senhor que se encontra no governo. Ele chegou facilitando o licenciamento de mineração sendo que, no primeiro ano de gestão, tivemos um crime socioambiental absurdo, que ceifou muitas vidas e impactou o estado e o país", afirmou.
Na sexta-feira (27), uma mulher também chamou Zema de "genocida" ao invadir um evento da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e, frente a frente com o político do Novo, protestar contra ataques de gênero.
"O contexto de pandemia, com isolamento, acarretou no aumento no número de [casos] de violência contra as mulheres - e não só na violência no âmbito doméstico. O governo não implementou medidas encaminhadas pela Assembleia para esse enfrentamento", corroborou a pré-candidata do PCB.
'Declarações machistas'
Ao questionar a postura de Zema, Renata Regina mencionou declarações do governador que ela considerou terem teor preconceituoso. "O governador não perde a oportunidade de fazer uma declaração machista. Isso, inclusive, é outra forma de violência contra a mulher. Ajuda a perpetuar o pensamento que diz, de uma forma ou outra, que é legítimo bater em mulher em determinados contextos. Ele falou, no ano passado que, às vezes, mulheres que se separam não se conformam e passam a perseguir seus maridos".
A fala mencionada pela comunista ocorreu em setembro último. À época, ao alfinetar o correligionário João Amoêdo, Zema disse que mulheres são mais obsessivas do que os homens. "Está havendo uma obsessão. Para a mulher que separa, fica sendo uma obsessão da vida dela destruir o ex-cônjuge. Não digeriu até hoje. Na minha opinião, não vai digerir nunca", pontuou, sem mencionar o nome de Amoêdo.
PCB quer mulheres definindo políticas contra a violência
Renata Regina atua como doula - profissional responsável por auxiliar as gestantes nos partos. Ela calcula ter ajudado em mais de 300 nascimentos. Segundo a pré-candidata, as mulheres precisam participar da formulação de políticas públicas que possam acolher vítimas de violência doméstica e prevenir as ocorrências
"[É preciso] ampliar a rede de proteção. Tinha uma série de delegacias de atendimento especializado no interior, fora da Região Metropolitana; nos últimos 20 anos, várias delas foram fechadas. Onde não for possível instalar uma delegacia de atendimento à mulher, que tenha uma equipe qualificada e atualizada para atuar", ressaltou, pedindo, também, a ampliação de mecanismos de geração de renda.
"Hoje, quando a mulher que está sofrendo violência busca ajuda, ainda sofre uma outra série de violências, pois as equipes não estão preparadas para isso", completou.
Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, o número de feminicídios no estado caiu 32,7% de janeiro a abril deste ano em comparação ao mesmo período de 2021. As autoridades de segurança monitoram, com tornozeleira eletrônica, 464 agressores.
Em nota emitida na sexta, após as críticas sofridas por Zema pela mulher que invadiu o evento policial, o governo do estado afirmou ter capacitado os Centros de Referência Especializados no Atendimento à Mulher (Cerna) para suprir as demandas recebidas em meio à pandemia.
"Atualmente, os atendimentos psicossociais do Cerna seguem sendo prestados de forma híbrida, a depender da demanda e preferência apresentada por cada atendida. Assim, há a oferta de atendimentos virtuais, realizados através de tecnologias de informação e comunicação (como ligação, vídeo conferência, etc.), ou presencial por meio de agendamento das salas de atendimento individuais do Cerna", lê-se em trecho do comunicado.