Jornal Estado de Minas

GUSTTAVO LIMA

Bolsonaro defende cantores sertanejos que recebem milhões de prefeituras

O presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu, nesta terça-feira (31/5), os cantores sertanejos acusados de receber milhões de reais de pequenas prefeituras. 


Durante entrevista ao apresentador Ratinho, o presidente disse que que seu governo prioriza artistas em início de carreira e "o sertanejo mais humilde" na hora de distribuir verba pública da Lei Roaunet.



Para Bolsonaro, os artistas conhecidos que usavam a lei hoje estão revoltados com seu governo.

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"Nós priorizamos o artista mais de início de carreira, o artista que é sertanejo e que é mais humilde. Isso, obviamente, fez com que artistas conhecidos ficassem revoltados comigo", falou o presidente.

Na semana passada, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) instaurou um procedimento para apurar os cachês de R$ 2,34 milhões a serem pagos pela Prefeitura de Conceição do Mato Dentro, na Região Central de Minas, a cantores sertanejos que se apresentarão no município entre os dias 17 e 23 de junho. 

Os shows integram a programação da 32ª Cavalgada do Jubileu do Senhor Bom Jesus do Matozinhos. Os cachês serão pagos com receita que só pode ser usada com saúde, educação e infraestrutura.





Conforme levantamento da reportagem, a cifra milionária destinada ao artista é quase 10 vezes maior do que a prefeitura da cidade pretende gastar em atividades artísticas e culturais no decorrer deste ano – exatos R$ 104.485,50. 



Ainda segundo a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2022, as obras para construção, reforma e ampliação de creches municipais têm somente R$ 72 mil reservados.

Durante conversa com Ratinho, Bolsonaro disse ainda que alguns artistas podiam, antes, pegar R$ 10 milhões pela Lei Rouanet e que não havia prestação de contas desse dinheiro. Essa informação não é verídica, já que os inscritos na lei sempre tiveram de prestar contas. 

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"Quando eu assumi, alguns artistas podiam pegar até R$ 10 milhões por ano da Lei Rouanet, e ninguém prestava conta de nada. Mas nós, quando assumimos, mudamos para R$ 1 milhão, e eu achei caro ainda. Daí chegou o Mario Frias e baixou pra R$ 500 mil, além de ter colocado critérios", explicou ele.

O debate sobre a verba da Lei Rouanet ressurgiu após o cantor Zé Neto, da dupla com Cristiano, criticar Anitta em um de seus shows. Ele afirmou que recebia o pagamento de suas apresentações com o "dinheiro do povo", e não pela Rouanet.

Depois disso, foram revelados que outros artistas fariam ou fizeram shows para prefeituras.