A pré-candidatura ao governo do senador Carlos Viana tem encontrado resistência dentro dos quadros de seu partido, o PL. Parte dos parlamentares da sigla apoiam a reeleição de Romeu Zema (Novo). Nessa quinta (02/5), o deputado estadual liberal Léo Portela afirmou que a participação de Viana na disputa representa um “projeto pessoal de poder”. “Sou do PL e contra o lançamento de candidatura própria a governador em Minas Gerais. Projeto de poder pessoal, ainda mais sem consulta às bases partidárias, não pode jamais superar o bom senso de apoiar um governo competente e honesto. Por isso, vou com Romeu Zema”, disse Portela, pelo Twitter. Filho do vice-presidente da Câmara, Lincoln Portela, ele não vai tentar renovar o mandato na Assembleia Legislativa — a família lançará, então, a advogada Alê Portela.
Viana se mudou do MDB para o PL em março deste ano, a fim de ser o palanque do presidente Jair Bolsonaro em Minas. A ideia inicial do Palácio do Planalto era formar chapa com o senador disputando o governo e o deputado federal Marcelo Álvaro Antônio em busca de vaga no Senado Federal. Nos bastidores do PL, há quem aponte que a pré-candidatura de Viana foi decidida unilateralmente em Brasília, sem que houvesse conversas com o diretório mineiro.
Apesar da existência de um pré-candidato em seu partido, Bolsonaro tem dado recados em direção a Zema. Na semana passada, durante evento empresarial em Belo Horizonte, o presidente sinalizou apoio à reeleição do governador. "Já que o governador acabou de ocupar a tribuna: time que tá ganhando não se mexe", pontuou. Em abril, durante cerimônia em Uberlândia, Bolsonaro chegou a chamar Zema de “exemplo para todos”.
Viana viajou com Bolsonaro no avião presidencial na semana passada, quando o presidente passou por Minas. Embora não tenha sido convidado a participar do evento empresarial em BH, o senador seguiu o chefe do Executivo federal para evento religioso em Goiânia (GO). Carlos Viana já vinha deixando claro o desejo de disputar o Palácio Tiradentes. Em dezembro último, deixou o PSD e se filiou ao MDB por entender que não haveria como competir com Alexandre Kalil pela indicação pessedista. O temor por um acordo dos emedebistas com o Novo, contudo, fez o senador mudar novamente de partido.
“O presidente Jair Bolsonaro colocou que não seria possível continuar no MDB. Isso deixaria o apoio dele muito fragilizado – e me chamou para filiar ao PL. Na mesma hora, aceitei”, contou ao EM, à época da mudança partidária.A assessoria de Viana informou que ele não vai comentar a declaração de Léo Portela.