Jornal Estado de Minas

Lula questiona STF e Congresso

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal adversário do atual chefe do Executivo federal, Jair Bolsonaro (PL), criticou o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional em ato de sua pré-campanha no Rio Grande do Sul. “O Supremo Tribunal Federal tem que apenas ser o guardião da Constituição e não pode ficar fazendo discurso e dando voto pela imprensa. O voto tem que ser dado em função dos autos do processo”, afirmou ele em Porto Alegre, na quinta-feira, durante encontro com representantes do cultural gaúcho.





“Vamos ter que melhorar a educação, vamos ter que melhorar a ciência e tecnologia, a nossa democracia, vamos ter que recuperar normalidade das nossas instituições. O Congresso tem que voltar a legislar, o Ministério Público tem que voltar a cumprir com o seu papel e ser mais responsável do que foi no caso da Operação Lava-Jato”, afirmou o petista também no discurso. “O Congresso Nacional não tem que ter orçamento próprio, do relator. Quem tem que cuidar do orçamento é o Executivo. Então, está tudo mudado, está tudo corrompido, está tudo diferente. E esse país tem que voltar à normalidade”, declarou ainda.

Ontem,  o PT recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do ministro Kassio Nunes Marques, que devolveu o mandato do deputado federal Valdevan Noventa (PL-SE). O político havia sido cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder econômico e compra de votos durante a campanha eleitoral de 2018. Segundo o tribunal, moradores de municípios de Sergipe foram pressionados para simular doações ao então candidato. A investigação mostrou dezenas de doações de R$ 1.050, feitas na mesma agência bancária e em dias muito próximos. Quem assumiu o lugar de Valdevan Noventa foi o petista Márcio Macedo, suplente da coligação. Segundo a petição do PT, o entendimento de Nunes Marques contraria a Constituição. “Essa decisão atenta contra os preceitos processuais e, gerará grave lesão à ordem pública, razão pela qual  requer a restauração da decisão da Justiça Eleitoral”, alega.