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Estado de Minas MARCO TEMPORAL

Bolsonaro sobre STF: 'Fui do tempo que decisão se cumpria. Não sou mais'

Presidente acredita que nova interpretação do marco temporal visa prejudicar seu governo


07/06/2022 22:00 - atualizado 08/06/2022 09:13

Jair Bolsonaro, no púlpito, fala para plateia. A sua esquerda está uma interprete de LIBRAS e a sua direita, a bandeira do Brasil.
Em evento no Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro afirmou não ser mais do tempo em que se cumpria decisões Supremo Tribunal Federal (foto: Alan Santos/PR)
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta terça-feira (7/6), que já foi de um tempo em que não se questionava decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), mas que agora ele não é mais deste tempo. A declaração ocorreu durante a "Cerimônia Brasil pela Vida e pela Família", ocorrido no Palácio do Planalto, em Brasília.


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"Eu fui do tempo em que decisão do Supremo não se discute, se cumpre. Eu fui desse tempo. Não sou mais. Certas medidas saltam aos olhos dos leigos. É inacreditável o que fazem. Querem prejudicar a mim e prejudicam o Brasil", afirmou, em tom de voz elevado, o presidente.

A reação ocorreu durante uma fala em que citava a discussão da tese do marco temporal da demarcação de terras indígenas. Em teoria, os povos originários só poderiam reivindicar terras ocupadas por eles antes da promulgação da Constituição de 88. O marco é defendido por ruralistas e interessados em explorar as terras.

"O Supremo está discutindo marco temporal no Brasil. Uma nova interpretação querem dar a um artigo da Constituição. E quem quer dar? O ministro Fachin, marxista leninista. Advogado do MST. O que eu faço se aprovar? Entrego a chave para os ministros do Supremo ou digo: ‘Não vou cumprir'", disse o líder do Executivo.

O relator do caso, ministro Edson Fachin, votou contra  a aplicação do marco temporal, enquanto Kássio Nunes Marques votou favorável. Não há estimativa de quando o assunto será retomado no STF.

Mais críticas ao Supremo

Durante sua fala, Bolsonaro também comentou sobre o caso do deputado estadual Fernando Francischini (União Brasil-PR), que havia sido cassado por disseminar fake news.

"Esse deputado não espalhou fake news. O que ele falou na live eu também falei para todo mundo, que estava tendo fraude nas eleições de 2018. Quando se apertava o número 1 já aparecia o 13 na tela e confirmava a votação, foram dezenas de vídeos, dezenas de pessoas ligaram para mim durante a noite naquela primeira votação do primeiro turno de 2018. Isso é uma verdade!", disse o presidente, sem apresentar nenhuma prova.


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