O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o senador Fernando Bezerra (MDB-PE) se reuniram com governadores e secretários estaduais na noite de ontem com o objetivo de discutir o “pacote” de combustíveis apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro, em entrevista coletiva na segunda-feira, que contou com a presença do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente da Câmara, Arthur Lira. A reunião, entretanto, foi interrompida e será retomada nesta quarta-feira pela manhã.
As medidas discutidas são uma tentativa do governo para segurar a inflação e diminuir o preço dos combustíveis. Bolsonaro propôs ressarcir os estados, caso aceitem zerar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o gás de cozinha e o diesel, proposto pelo Projeto de Lei Complemenar PLP 18/2022, que tem relatoria de Bezerra. Em contrapartida, o governo zeraria o PIS/Cofins e a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que recaem sobre etanol e gasolina, até o fim do ano. O governo acredita que as medidas terão reflexos ainda no mês de junho, há poucos meses da eleição.
Ainda sem acordo fechado, Rodrigo Pacheco lembrou que o Senado terá papel decisivo na discussão das propostas. Por meio das redes sociais, ele afirmou que o Senado “está comprometido com a redução dos preços” e defendeu a busca de um consenso para que tal objetivo seja alcançado. Os governistas Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Vanderlan Cardoso (PSD-GO) retuitaram mensagens do presidente da República, Jair Bolsonaro, em defesa de um possível acordo, que, segundo o governo, vai garantir o alívio no bolso da população.
Entre os oposicionistas, no entanto, o clima é de desconfiança. O senador Humberto Costa (PT-PE) lembrou que, quando Jair Bolsonaro assumiu a Presidência da República, a gasolina custava R$ 4 e agora está mais de R$ 8 em algumas cidades. “O presidente passou mais de três anos sem se incomodar com a alta do combustível. Agora, resolveu fazer um jogo de cena e prometeu baixar os preços, mas só por seis meses, no período eleitoral”, afirmou.