Apesar dos constantes afagos do presidente Jair Bolsonaro a Zema, o senador Carlos Viana (PL) garante que sua presença na eleição estadual continua de pé. Ele fez ontem várias críticas ao político do Novo, acusando-o de fazer um “governo de fachada”. “Só saio da disputa se o presidente disser a mim: ‘Vamos tomar outro rumo’. Enquanto isso não acontecer, estou viajando, fazendo visitas e levando minhas ideias”, assegurou, durante participação no “EM Entrevista”, podcast transmitido ao vivo pelo Portal Uai.
“Imaginava que meu nome mudaria o cenário político, mas não que geraria tanto desespero, principalmente no atual governo. É um governo de fachada, que está se baseando só na publicidade – porque não tem o que apresentar para Minas Gerais”, disparou. “A tentativa é me tirar do jogo no tapetão. E não vão conseguir. Fui convidado pelo presidente Jair Bolsonaro a ser pré-candidato em Minas. Eu não pedi”.
Leia Mais
Viana fala em 'mediocridade' de Zema: 'Agradecendo uma fábrica de cerveja'Bolsonaro 'fez muita coisa' por Minas Gerais, diz Carlos VianaViana confirma disputa ao governo e ataca Zema: 'Governo de fachada'Zema sobre perseguição política: 'É coisa do passado, mas pode voltar'Kalil e Lula: dupla faz primeiro ato público hoje (15), em UberlândiaNo fim de abril, em Uberlândia, no Triângulo, Bolsonaro também deu sinais de apoio a Zema ao erguer sua mão diante do público e classificar o governador como “exemplo para todos”.
“Zema ia ser vaiado pela multidão que estava lá. O presidente levantou (a mão de Zema) para ele não ser vaiado – e foi aplaudido”, contrapôs o senador, ao ser perguntado sobre o episódio. O senador disse que Bolsonaro tentou se aproximar de Zema, mas sem sucesso. ”Sou testemunha do quanto o presidente abriu o Palácio a Minas Gerais. Eles não souberam aproveitar”.
O PL é o terceiro partido de Viana em menos de um ano. Em dezembro do ano passado, ingressou no MDB depois de deixar o PSD. Em abril, porém, levantou acampamento na sigla de Bolsonaro. No ano passado, antes de engrossar os quadros emedebistas, o senador chegou a negociar com os liberais. As tratativas não prosperaram porque deputados do partido indicaram simpatia à reeleição de Zema. Neste ano, mesmo diante da resistência pública de alguns parlamentares, o pré-candidato resolveu se filiar.
O deputado estadual Léo Portela, filho do parlamentar federal Lincoln Portela, vice presidente da Câmara, chegou a chamar de “projeto pessoal” a pré-candidatura de Viana ao governo. “Todas as vezes em que um deputado faz um comentário contra a minha pré-candidatura, respeito, porque cheguei em momento posterior. Queria ter me juntado ao PL em setembro do ano passado, quando procurei Valdemar e conversei sobre o desejo de colocar meu nome (na disputa estadual). Mas havia um pré-acordo com Zema no apoio a Bolsonaro”, rebateu.
Viana deve ter o apoio do Republicanos, outro componente da base aliada a Bolsonaro. Zema, por seu turno, além de estar próximo ao PP, conversa com legendas como Agir, Podemos, Avante e Solidariedade.