Em meio ao mar vermelho formado nesta quarta-feira (15/6) para esperar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Centro Universitário do Triângulo (Unitri), em Uberlândia, algumas pessoas resolveram se destacar e utilizar camisas e bandeiras em verde e amarelo. A ideia é mostrar que o apreço aos símbolos do Brasil não é exclusividade dos apoiadores de Jair Bolsonaro (PL).
A costureira Azenilda Queiroz já havia saido de casa para ver Lula quando percebeu que não estava trajada com sua camisa verde e amarela. Então voltou para vesti-la.
"Isso (exibe a camisa) é a nossa cor, do nosso Brasil, e não a cor de um determinado partido. Nosso Brasil bem brasileiro", disse, ao Estado de Minas. "Essa é a blusa que me representa, eu sou brasileira, eu sou Lula", emendou.
Psicólogo e professor aposentado da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Luiz Adelino se vestiu de vermelho, mas fez questão de carregar, em um mastro, a bandeira nacional.
"A bandeira pertence aos brasileiros, não aos bolsonaristas. Eles se apropriaram da bandeira, que é de todo brasileiro. Todo brasileiro deve usar a bandeira, inclusive aqueles que são de esquerda", defendeu.
Também esperando Lula, o assessor parlamentar Paulo Cesar Silva também se enrolou em uma bandeira. "Nossa bandeira representa a alegria e não o terror do Bolsonaro e o bolsonarismo representa hoje no país", defendeu.
Palanque com Lula e Kalil
Uma multidão se aglomera no estacionamento Unitri para acompanhar o primeiro ato público de Lula com Alexandre Kalil (PSD), seu pré-candidato ao governo.
Do lado de fora da faculdade, apoiadores de Bolsonaro também vestiam amarelo e portavam bandeiras. Eles emitiam gritos de ordem em direção aos carros que passavam pelo entorno do espaço.
No fim da tarde, um drone pulverizador sobrevoou o local onde a militância petista se concentra e atritou fezes e urina. Algumas pessoas foram alvejadas por resquicios dos detritos. O forte cheiro causado pelo ataque só cessou já ao cair da noite.