Incentivada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e apoiadores, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras e os preços dos combustíveis adotados pela estatal está caminhando na Câmara dos Deputados. A ação vem repercutindo no mundo político.
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Ciro Gomes: Forças Armadas são coniventes com holding do crime na AmazôniaEvento de Lula tem 'sermão' de Suplicy e invasão de bolsonaristaBolsonaro insiste em CPI e aliados buscam assinaturasPetroleiros aprovam greve contra ameaças de privatizações na PetrobrasDe um lado, políticos alinhados com a esquerda acusam o presidente de tentar desviar a atenção da alta dos preços dos combustíveis tendo em vista a chegada das eleições. Já políticos alinhados com o presidente, apoiam a decisão e afirmam que o governo precisa investigar casos de corrupção dentro da empresa.
Mais cedo, nesta terça-feira (21/6), o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), começou a recolher as 171 assinaturas para a instauração da CPI. Ele diz ter já ter conseguido 65.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que não vê a "mínima razoabilidade" para a abertura de uma CPI contra a Petrobras.
Ao sair do Supremo Tribunal Federal (STF), onde reuniu-se para um café da manhã com o ministro Luiz Fux, Pacheco disse a jornalistas que não cabia a ele, como presidente do Senado, opinar sobre iniciativas da Câmara dos Deputados, mas que pessoalmente não era favorável à ideia.
Ao sair do Supremo Tribunal Federal (STF), onde reuniu-se para um café da manhã com o ministro Luiz Fux, Pacheco disse a jornalistas que não cabia a ele, como presidente do Senado, opinar sobre iniciativas da Câmara dos Deputados, mas que pessoalmente não era favorável à ideia.
"Acho que não tem a mínima razoabilidade de uma CPI em um momento desse, por um fato desses. Acho que há outras medidas, inclusive de índole legislativa e do Poder Executivo, muito mais úteis para resolver o problema que uma CPI.”
No Twitter, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) repercutiu a notícia. “Nós não temos uma governança normal nesse país. Essa CPI da Petrobrás é uma absurdo. Bolsonaro todo dia quer jogar a responsabilidade da sua incapacidade em cima dos outros.”
Quem também repercutiu o assunto foi a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Para ela, essa é mais uma tentativa do presidente de privatizar a estatal. “A CPI da Petrobras é mais uma tentativa de desviar a atenção de quem é o verdadeiro responsável pelos preços extorsivos dos combustíveis, o governo Bolsonaro”, disse.
“Para baixar os combustíveis tem de mudar a política de preços. Querem criminalizar a empresa para privatizar! Irresponsáveis”, completou.
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) também repudiou a ação. Para ele, a CPI faz parte de um “teatrinho”.
“O governo da morte, da milícia, da miséria, da mamata e da mentira monta o teatrinho de CPI. Enquanto faz fumaça, os preços do gás, do diesel e da gasolina seguem aumentando. Cadê a bic do presidente, o Centrão levou?”, disse Calheiros.
Apesar das críticas, apoiadores do presidente incentivam a criação da nova CPI. Segundo o filho “02” e vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), “fizeram de tudo para implementar a CPI da COVID” mas, agora, são contra a da Petrobras.
O também filho do presidente e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi ao Plenário discutir o assunto. “Eu estou vendo vários deputados do PT dizerem que o presidente é culpado pela alta dos combustíveis. E que poderia fazer assim ou assado. Mas eles não têm moral porque foram eles que assaltaram a empresa. Petista falando da Petrobras é piada”, afirmou.