“Boto minha cara no fogo por ele”, declarou o presidente Jair Bolsonaro (PL) em maio deste ano. O chefe do Executivo federal se referia a Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação. A declaração foi dada durante uma live, após o vazamento dos áudios que revelavam um suposto esquema de corrupção na pasta, que favorecia pastores. O material foi publicado pelo jornal Folha de S.Paulo.
“Se o Milton estivesse armando, não teria colocado na agenda aberta ao público. O Milton, eu boto minha cara no fogo por ele. Estão fazendo uma covardia”, afirmou o presidente.
Alvo da operação “Acesso Pago” da Polícia Federal, Ribeiro foi preso preventivamente nesta quarta-feira (22/6), em Santos, litoral paulista. Ao menos um dos pastores envolvidos, Gilmar Santos, também foi preso.
Contudo, o voto de confiança de Bolsonaro saiu pela culatra. Ao todo, 13 mandados de busca e apreensão, além de cinco mandados de prisão foram expedidos. Os documentos citam crimes de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência.
A prisão ocorre depois da divulgação, em março deste ano, pelo jornal Estado de S. Paulo, de áudios de Milton Ribeiro em que ele falava sobre o favorecimento de municípios que negociavam verbas com pastores, que não tinham cargos no governo. Dias depois, a Folha de S.Paulo divulgou um áudio em que Ribeiro falava que o pedido vinha diretamente do presidente Jair Bolsonaro (PL). Na época, ele negou, em nota, que Bolsonaro tivesse feito esse pedido. Dias depois,
ele pediu demissão da pasta.