Preso na manhã desta quarta-feira (22/6) pela Polícia Federal, Milton Ribeiro acumulou polêmicas à frente do Ministério da Educação. Ele é acusado junto com outros pastores de operar um balcão de negócios na pasta e na liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Relembre as polêmicas
Universidade para poucos
Em agosto de 2021, Ribeiro declarou à TV Brasil que a"universidade deveria, na verdade, ser para poucos, nesse sentido de ser útil à sociedade".
Para o ministro, as verdadeiras "vedetes" (protagonistas) do futuro são os institutos federais, capazes de formar técnicos.
"Tenho muito engenheiro ou advogado dirigindo Uber porque não consegue colocação devida. Se fosse um técnico de informática, conseguiria emprego, porque tem uma demanda muito grande".
O ministro também disse que crianças com deficiência em processo de inclusão nas escolas não aprendem e ainda "atrapalham" a aprendizagem dos colegas.
"Nós temos, hoje, 1,3 milhão de crianças com deficiência que estudam nas escolas públicas. Desse total, 12% têm um grau de deficiência que é impossível a convivência. O que o nosso governo fez: em vez de simplesmente jogá-los dentro de uma sala de aula, pelo 'inclusivismo', nós estamos criando salas especiais para que essas crianças possam receber o tratamento que merecem e precisam".
Para o ministro, as verdadeiras "vedetes" (protagonistas) do futuro são os institutos federais, capazes de formar técnicos.
"Tenho muito engenheiro ou advogado dirigindo Uber porque não consegue colocação devida. Se fosse um técnico de informática, conseguiria emprego, porque tem uma demanda muito grande".
Crianças com deficiência
O ministro também disse que crianças com deficiência em processo de inclusão nas escolas não aprendem e ainda "atrapalham" a aprendizagem dos colegas.
"Nós temos, hoje, 1,3 milhão de crianças com deficiência que estudam nas escolas públicas. Desse total, 12% têm um grau de deficiência que é impossível a convivência. O que o nosso governo fez: em vez de simplesmente jogá-los dentro de uma sala de aula, pelo 'inclusivismo', nós estamos criando salas especiais para que essas crianças possam receber o tratamento que merecem e precisam".
Homofobia
Em 24 de setembro, de 2021, o ministro foi questionado sobre educação sexual na sala de aula. Na época, Ribeiro disse que é importante mostrar "que há tolerância", mas que "o adolescente que muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo [termo considerado preconceituoso] vêm, algumas vezes, de famílias desajustadas".
Para o ministro, discussões sobre gênero não deveriam ocorrer na escola. "Quando o menino tiver 17, 18 anos, vai ter condição de optar. E não é normal. A biologia diz que não é normal a questão de gênero. A opção que você tem como adulto de ser homossexual, eu respeito, mas não concordo", afirmou. "É claro que é importante mostrar que há tolerância, mas normalizar isso, e achar que está tudo certo, é uma questão de opinião."
Para o ministro, discussões sobre gênero não deveriam ocorrer na escola. "Quando o menino tiver 17, 18 anos, vai ter condição de optar. E não é normal. A biologia diz que não é normal a questão de gênero. A opção que você tem como adulto de ser homossexual, eu respeito, mas não concordo", afirmou. "É claro que é importante mostrar que há tolerância, mas normalizar isso, e achar que está tudo certo, é uma questão de opinião."
O ministro também teve falas consideradas transfóbicas quando afirmou que a população trans atuante na rede de ensino não pode incentivar os alunos "a andarem por esse caminho".
Inep e interferências no Enem
Em novembro de 2021, 37 servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pela prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), entregaram seus cargos na entidade. A ação foi feita três semanas antes da aplicação do exame.
Os servidores acusavam o MEC de interferir diretamente na prova e justificaram sua saída pela "fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima" do órgão.
Na denúncia contra o MEC, vários profissionais relataram que sofreram pressão psicológica e vigilância velada para que evitassem escolher questões polêmicas que eventualmente incomodariam o governo Bolsonaro.
Tratamento precoce
Após contrair o vírus da COVID-19, em 2020, Ribeiro tomou hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina, medicamentos do chamado tratamento precoce, ineficazes contra a doença. Ele garantiu ter notado "diferença para melhor de um dia pra outro".
Fotos em Bíblia
Em março de 2022, Ribeiro disse que autorizou a produção de Bíblias com a sua foto. O material, segundo ele, teria sido distribuído gratuitamente em um evento religioso.
Apesar disso, o jornal "O Estado de S. Paulo”, confirmou que as obras foram dadas aos convidados de um encontro do Ministério da Educação (MEC) em Salinópolis (PA), a 220 quilômetros de Belém.
Depois da denúncia, Ribeiro se pronunciou nas redes. "Novamente agi com diligência e de forma tempestiva para evitar o uso indevido de minha imagem. Imediatamente, em 26 de outubro de 2021, enviei ofício desautorizando esse tipo de distribuição. Segue [sic] documentos comprobatórios", escreveu no Twitter.
Apesar disso, o jornal "O Estado de S. Paulo”, confirmou que as obras foram dadas aos convidados de um encontro do Ministério da Educação (MEC) em Salinópolis (PA), a 220 quilômetros de Belém.
Depois da denúncia, Ribeiro se pronunciou nas redes. "Novamente agi com diligência e de forma tempestiva para evitar o uso indevido de minha imagem. Imediatamente, em 26 de outubro de 2021, enviei ofício desautorizando esse tipo de distribuição. Segue [sic] documentos comprobatórios", escreveu no Twitter.
Preso por corrupção
Milton Ribeiro foi preso preventivamente nesta quarta-feira (22/6), em Santos, litoral paulista. O mandado da operação “Acesso Pago”, da Polícia Federal, cita crimes de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência.
A operação mira também grupo de pastores. Ao menos um dos pastores, Gilmar Santos, também foi preso.
Segundo a PF, a operação investiga a prática de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
A operação mira também grupo de pastores. Ao menos um dos pastores, Gilmar Santos, também foi preso.
Segundo a PF, a operação investiga a prática de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
Assinado pelo juiz federal Renato Borelli, o ofício determina que Ribeiro seja levado para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília.
Milton Ribeiro substituiu Abraham Weintraub no Ministério da Educação no governo de Jair Bolsonaro e permaneceu no cargo de 16 de julho de 2020 a 28 de março de 2022. Em seu lugar entrou Victor Godoy Vieira, atual chefe da pasta.