O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub disparou contra Milton Ribeiro, seu sucessor na pasta e que foi preso nesta quarta-feira (22/6), acusado por se envolver em um esquema de corrupção no governo Jair Bolsonaro. Em seu canal no Youtube, ele deu a entender, por meio de metáforas, que novos escândalos devem ser descobertos no Ministério da Educação (MEC).
“Ele pode ser inocente? Até pode. Mas tem aquele ditado: 'Rabo de porco, orelha de porco, rabo de porco e focinho de porco... Se ele não é porco, é feijoada'. Pode apostar, tem muita coisa errada”, afirmou Weintraub.
Segundo ele, quem levou Ribeiro para o governo foi o ex-presidente Michel Temer e o atual ministro do Supremo Tribunal Federal, André Mendonça, ex-advogado-geral da União.
Weintraub também disparou contra ONGs que tinham parcerias com o governo.
'Atrapalhando a festa'
Weintraub também disparou contra ONGs que tinham parcerias com o governo.
“Me tiraram de lá porque eu estava atrapalhando a festa, pois era o peso da máquina para liberar as consultorias.... Tem um monte de ONGs com aquelas madames com unhas pintadas no shopping, todas dondocas. A ONG dela é de pilantra, responsável pelo fracasso do ensino do Brasil há 20 anos. Estamos falando de R$ 20 bilhões, R$ 30 bilhões ou 40 bilhões”.
Em março de 2020, ele acusou, nas redes sociais, a presidente da ONG Todos pela Educação, Priscila Cruz, de tramar sua saída do governo.
“O pequeno Abraham Weintraub atrapalhou essa bacanal, essa suruba. E trocaram por quem? Por alguém que não ia atrapalhar”, disparou.
Saída em 2020
Weintraub anunciou sua saída do Ministério da Educação em junho de 2020 após receber convite para ocupar cargo na direção do Banco Mundial. Ele causou polêmica ao defender a prisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em meio às investigações de que o presidente Jair Bolsonaro (PL) teria tentado interferir no trabalho da Polícia Federal,
Na transmissão pelas redes, o ex-ministro também falou explicitamente a respeito da índole de Milton Ribeiro: “foi o primeiro a ser indicado (para me substituir). Fui conversar com ele umas duas vezes. Ele, com aquele bigodinho... Eu não confiaria em nada, zero, os trejeitos, a forma dele falar... Quando você vê, pensa: 'isso não é boa coisa'. Não confio”,.
“Esse aí não me enganou na primeira vez que eu o vi na comissão de ética da presidência da República. É importante ser dito”, completou.
De acordo com a Polícia Federal, a investigação teve início após autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), em razão do foro privilegiado de um dos investigados.
"O crime de tráfico de influência tem pena prevista de 2 a 5 anos de reclusão. São investigados também fatos tipificados como crime de corrupção passiva (2 a 12 anos de reclusão), prevaricação (3 meses a 1 ano de detenção) e advocacia administrativa (1 a 3 meses)", explicou a PF em nota.
A prisão ocorre depois da divulgação, em março deste ano, pelo jornal Estado de S. Paulo, de áudios de Milton Ribeiro em que ele falava sobre o favorecimento de municípios que negociavam verbas com pastores, que não tinham cargos no governo. Dias depois, a Folha de S.Paulo divulgou um áudio em que Ribeiro falava que o pedido vinha diretamente do presidente Jair Bolsonaro (PL). Na época, ele negou, em nota, que Bolsonaro tivesse feito esse pedido. Dias depois, ele pediu demissão da pasta.
Entenda o caso
O ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, foi preso preventivamente nesta quarta-feira (22/6), em Santos, litoral paulista. O mandado é resultado da operação “Acesso Pago” da Polícia Federal e cita crimes de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência. A operação mira também grupo de pastores. Ao menos um dos pastores, Gilmar Santos, também foi preso.
"O crime de tráfico de influência tem pena prevista de 2 a 5 anos de reclusão. São investigados também fatos tipificados como crime de corrupção passiva (2 a 12 anos de reclusão), prevaricação (3 meses a 1 ano de detenção) e advocacia administrativa (1 a 3 meses)", explicou a PF em nota.
A prisão ocorre depois da divulgação, em março deste ano, pelo jornal Estado de S. Paulo, de áudios de Milton Ribeiro em que ele falava sobre o favorecimento de municípios que negociavam verbas com pastores, que não tinham cargos no governo. Dias depois, a Folha de S.Paulo divulgou um áudio em que Ribeiro falava que o pedido vinha diretamente do presidente Jair Bolsonaro (PL). Na época, ele negou, em nota, que Bolsonaro tivesse feito esse pedido. Dias depois, ele pediu demissão da pasta.