"Orgulho em fazer parte de um governo que não é corrupto, respeita valores e princípios cristãos e valores e princípios democráticos", publicou o então ministro, pastor Milton Ribeiro, em seu Twitter no dia 9 de setembro de 2021, quando ainda estava à frente da pasta.
Milton pediu demissão do cargo em março deste ano, após o vazamento de áudios, divulgados pelo jornal "O Estado de S. Paulo", em dizia que o repasse de verbas deveria priorizar as cidades indicadas pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, a pedido do presidente Jair Bolsonaro. À época, o ministro reforçou a afirmação, em depoimento à Polícia Federal, que apenas obedecia ordens do presidente.
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“Diferentemente do que foi veiculado, a alocação de recursos federais ocorre seguindo a legislação orçamentária, bem como os critérios técnicos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE)”, afirmou.
Dias antes do pedido de demissão, o presidente Bolsonaro afirmou que era uma covardia o que faziam contra Ribeiro e disse que "botaria a cara no fogo" por ele. Manifestação que foi endossada pela primeira dama, Michelle Bolsonaro, disse que "Deus provaria que ele (Milton) é uma pessoa honesta".
O mandado é resultado da operação "Acesso Pago" da Polícia Federal e cita crimes de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência.
O pastor Gilmar Santos, um dos pastores que Milton deveria atender com prioridade a pedido do presidente, também foi preso. Um grupo de líderes religiosos evangélicos também está sendo investigado.
Operação “Acesso Pago”
Além do mandado preventivo destinado ao ex-ministro, outros 13 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão foram expedidos.
As determinações foram distribuídas pelos estados de Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal.
Estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão nos endereços do ex-ministro e dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos.
A justiça determinou, ainda, medidas cautelares que proíbem o contrato entre investigados e envolvidos.
De acordo com a Polícia Federal, a investigação teve início após autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), em razão do foro privilegiado de um dos investigados. A operação corre sob sigilo.
"O crime de tráfico de influência tem pena prevista de 2 a 5 anos de reclusão. São investigados também fatos tipificados como crime de corrupção passiva (2 a 12 anos de reclusão), prevaricação (3 meses a 1 ano de detenção) e advocacia administrativa (1 a 3 meses)", explicou a PF em nota.