A sessão que autorizou a concessão do título de cidadão honorário de Minas Gerais ao atacante Hulk, do Atlético, foi marcada por um acalorado bate-boca na Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira (23/6). Cinquenta e três deputados estaduais votaram favoravelmente à honraria. Embora o painel do plenário da Casa não tenha registrado manifestações contrárias à ideia, três parlamentares optaram pelo voto em branco. Eles foram chamados de "covardes" pelo presidente da Assembleia, Agostinho Patrus (PSD), que criticou a opção pelo nulo em detrimento ao "não".
Irritado, Agostinho fez discurso pedindo "perdão" a Deus pela postura dos colegas que contestaram projetos para a oficialização de homenagens a personalidades.
"Perdoai aqueles que ao não votar e ao desconhecer o sim ou o não votam em branco. Branco porque são covardes, branco porque não há coragem de botar a cara aqui. Neste plenário, nós votamos em aberto para que a população veja o voto de cada um. E alguns votam branco, se acovardam. Se são contra o projeto, votem contra. Não suba ao plenário para votar em branco", disse.
A fala do pessedista foi feita após Laura Serrano subir à tribuna para questionar a série de cidadanias honorárias e declarações de relevante interesse cultural a festas e locais votadas hoje pela Assembleia. Ela garantiu que a queixa não estava relacionada a Hulk - a quem elogiou pelos serviços prestados ao Galo.
"São projetos que ,na prática, afetam quase nada ou muito pouco da vida do cidadão", protestou. Depois, em nota, a deputada do Novo justificou a opção por anular o voto. "Voto em branco porque homenagens não são prioridades dos mineiros. O Parlamento precisa priorizar aquilo que melhora a vida das pessoas - e não gastar tempo e recursos com coisas não efetivas".
Durante a dissonância, Agostinho afirmou haver parlamentares que pautam sua atuação tão somente na busca pela economia de recursos.
"Perdoai aqueles que (acham que) a vida se restringe ao dinheiro, a dois reais pra lá ou para cá. Perdoai os ignorantes, Senhor. Perdoai a estes que entendem que a administração pública, que a gestão de pessoas, que é o cuidado como ser humano, está restrito a dois reais", alfinetou.
Enquanto Agostinho falava, Laura Serrano chegou a pedir questão de ordem para responder o colega, mas não teve o pleito atendido por questões regimentais.
"Em três anos de mandato, economizei mais de R$ 8 milhões, dinheiro devolvido em melhorias efetivas para os mineiros", afirmou ela, após a sessão.
Guilherme da Cunha, por sua vez, afirmou que há "inversão de prioridades" e defendeu a atenção a textos como o que autoriza a adesão de Minas ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), visto pela equipe de Romeu Zema (Novo) como solução para renegociar a dívida do estado com a União — que ultrapassa os R$ 152 bilhões.
"Meu voto em branco nas homenagens é um protesto contra essa inversão de prioridades. Não precisa ter coragem para homenagear o Hulk. Isso é muito fácil. Precisa ter coragem é para votar as medidas que vão combater privilégios e solucionar os problemas do povo. São esses projetos que quero votar, mas que nunca são colocados pelo presidente da Assembleia na pauta."
A ideia de homenagear Hulk partiu de Ulysses Gomes, do PT. Pelo Galo, o atacante já fez 57 gols em 95 partidas. Ontem, em duelo contra o Flamengo, pela Copa do Brasil, o camisa 7 anotou um tento e deu o passe para o gol da vitória por 2 a 1, feito por Ademir.
No ano passado, com o jogador paraibano, o Atlético conquistou o Campeonato Mineiro, o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil. Neste ano, o time já faturou a Supercopa do Brasil e outra edição do torneio estadual.
Depois de a entrega da comenda ser autorizada, Agostinho Patrus celebrou a votação. "Reconhecimento justo e merecido. Só falta a vaga na Seleção Brasileira. Alô, Tite! Convoca o Hulk!", escreveu, no Twitter.
Dois dias atrás, a Assembleia também deu aval à organização de uma cerimônia para conceder título de cidadão honorário de Minas a Ronaldo Nazário, ex-atacante e acionista majoritário do Cruzeiro - via Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Laura Serrano, Guilherme da Cunha e Bartô também votaram contra a proposta.
Professor Cleiton (PV), autor da proposta, defendeu a homenagem. "O gasto é uma placa. Se for esse o problema, pago por essa placa".
Irritado, Agostinho fez discurso pedindo "perdão" a Deus pela postura dos colegas que contestaram projetos para a oficialização de homenagens a personalidades.
"Perdoai aqueles que ao não votar e ao desconhecer o sim ou o não votam em branco. Branco porque são covardes, branco porque não há coragem de botar a cara aqui. Neste plenário, nós votamos em aberto para que a população veja o voto de cada um. E alguns votam branco, se acovardam. Se são contra o projeto, votem contra. Não suba ao plenário para votar em branco", disse.
A fala do pessedista foi feita após Laura Serrano subir à tribuna para questionar a série de cidadanias honorárias e declarações de relevante interesse cultural a festas e locais votadas hoje pela Assembleia. Ela garantiu que a queixa não estava relacionada a Hulk - a quem elogiou pelos serviços prestados ao Galo.
"São projetos que ,na prática, afetam quase nada ou muito pouco da vida do cidadão", protestou. Depois, em nota, a deputada do Novo justificou a opção por anular o voto. "Voto em branco porque homenagens não são prioridades dos mineiros. O Parlamento precisa priorizar aquilo que melhora a vida das pessoas - e não gastar tempo e recursos com coisas não efetivas".
Durante a dissonância, Agostinho afirmou haver parlamentares que pautam sua atuação tão somente na busca pela economia de recursos.
"Perdoai aqueles que (acham que) a vida se restringe ao dinheiro, a dois reais pra lá ou para cá. Perdoai os ignorantes, Senhor. Perdoai a estes que entendem que a administração pública, que a gestão de pessoas, que é o cuidado como ser humano, está restrito a dois reais", alfinetou.
Questão de ordem negada
Enquanto Agostinho falava, Laura Serrano chegou a pedir questão de ordem para responder o colega, mas não teve o pleito atendido por questões regimentais.
"Em três anos de mandato, economizei mais de R$ 8 milhões, dinheiro devolvido em melhorias efetivas para os mineiros", afirmou ela, após a sessão.
Guilherme da Cunha, por sua vez, afirmou que há "inversão de prioridades" e defendeu a atenção a textos como o que autoriza a adesão de Minas ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), visto pela equipe de Romeu Zema (Novo) como solução para renegociar a dívida do estado com a União — que ultrapassa os R$ 152 bilhões.
"Meu voto em branco nas homenagens é um protesto contra essa inversão de prioridades. Não precisa ter coragem para homenagear o Hulk. Isso é muito fácil. Precisa ter coragem é para votar as medidas que vão combater privilégios e solucionar os problemas do povo. São esses projetos que quero votar, mas que nunca são colocados pelo presidente da Assembleia na pauta."
Procurado, Bartô disse não ter sido atingido pelas falas de Agostinho.
Presidente da ALMG quer Hulk na seleção
No ano passado, com o jogador paraibano, o Atlético conquistou o Campeonato Mineiro, o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil. Neste ano, o time já faturou a Supercopa do Brasil e outra edição do torneio estadual.
Depois de a entrega da comenda ser autorizada, Agostinho Patrus celebrou a votação. "Reconhecimento justo e merecido. Só falta a vaga na Seleção Brasileira. Alô, Tite! Convoca o Hulk!", escreveu, no Twitter.
'Placa' a Ronaldo
Professor Cleiton (PV), autor da proposta, defendeu a homenagem. "O gasto é uma placa. Se for esse o problema, pago por essa placa".