O vereador de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas Gerais, Roger Viegas (Republicanos), renunciou ao cargo de vice-presidente da Mesa Diretora, alegando falta de "respeito e pudor" dos parlamentares e dizendo que alguns colegas estariam lhe "enojando".
Deste modo, Ademir Silva (MDB) foi eleito vice-presidente da Câmara da cidade, nesta sexta-feira (24/6).
Com registro de chapa única, Silva foi eleito com 13 votos a favor. O único a se opor foi o vereador Eduardo Azevedo (PSC), irmão do prefeito Gleidson Azevedo, do mesmo partido.
Ele é requerente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura gastos com a Secretaria Municipal de Educação (Semed).
Agora, como vice-presidente, fala em diálogo. “Sempre estive aberto ao diálogo, sempre estive aberto a conversar, nunca me furtei disso”, afirmou.
Mesmo assim, não esconde o descontentamento com a forma de gestão do prefeito.
“O prefeito, que às vezes não gosta muito de conversar com a gente, gosta de tentar diminuir a gente, menosprezar, mas é o jeito dele de trabalhar”, alfinetou.
Silva disputou a presidência da Câmara para o atual mandato, porém foi derrotado pela chapa encabeçada por Eduardo Print Jr. (PSDB).
Agora, integrando à Mesa Diretora, disse ter sido motivado pelo trabalho de redução de custo e economia desempenhado até o momento.
O atual mandato segue até dezembro deste ano quando será realizada nova eleição para o próximo biênio.
A renúncia
Ao renunciar, Roger Viegas não foi claro sobre o que teria ocorrido a ponto de deixar a função.
Não citou nomes nem responsabilizou diretamente nenhum dos colegas.
Entretanto, a fala veio acompanhada de um descontentamento com interferência em destinação de emendas parlamentares.
Em uma declaração polêmica, afirmou não ter “sangue de barata” e que alguns parlamentares estão o “enojando”.
“Têm coisas que não dá. Está me enojando parte desta legislatura, principalmente coisas que acontecem nos bastidores, perseguição, gente vigiando o mandato, estão me enojando certas pessoas que foram escolhidas, assim como eu, pelo povo”, disparou.
“Ruptura drástica”
O presidente da câmara, o vereador Eduardo Print Jr. (PSDB) afastou qualquer rompimento entre ele e Viegas.
“Não há ruptura drástica ou qualquer outro tipo de entendimento maledicente ou qualquer tipo de intriga que venha causar fatos inexistentes”, explicou-se, tratando o parlamentar como “amigo político e pessoal”.
Print agradeceu a atuação dele ao longo do período que ocupou a vice-presidência e disse que, juntos, atingiram o objetivo principal proposto na formação da chapa.
“Quando aceitou ocupar a vice-presidência, me pediu para que executássemos uma gestão voltada para a economia de recursos públicos e foi exatamente o que fizemos e estamos fazendo”, declarou.
Ao longo do ano passado, foram devolvidos R$ 800 mil. O montante está sendo aplicado na abertura temporária da policlínica para atendimento de síndromes gripais.
*Amanda Quintiliano especial para o EM