Em evento da Marcha para Jesus, neste sábado, em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, o presidente Jair Bolsonaro disse que ao formar os ministérios para o seu governo, “fez o contrário” do que gestões anteriores fizeram em Brasília, mesmo sob pressão. A justificativa para tal atitude, segundo ele, foi a “lealdade” ao povo. Ele investiu no discurso de "bem contra o mal" e ignorou o escândalo no MEC.
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Mais uma vez, Bolsonaro disse que “é difícil” a missão de está à frente da gestão do Brasil. Segundo ele, essa missão não é só material, mas espiritual. “As outras questões nós superaremos , são as questões espirituais. É uma luta do bem contra o mal”. Em seu discurso, o chefe do Executivo informou que “tirou da zona de conforto quem queria o mal do país”.
“Eles se uniram, assolaram com a nossa democracia, nos acusam do que eles verdadeiramente são, se julgam os donos da verdade, acham que podem tudo, até mesmo nos escravizar. Sempre digo, para mim é mais fácil estar do outro lado, mas não podemos nos esquecer de uma coisa, todos nós aqui, sem exceção, teremos um ponto final um dia e o currículo que apresentaremos lá em cima é tudo aquilo que fizemos aqui embaixo”, afirmou.
Ao misturar trechos da Bíblia para explicar atitudes que tomou à frente do governo, Bolsonaro mencionou vários temas que diferem a direita da esquerda para exemplificar como são as batalhas entre o bem e o mal.
“Nessa briga para o bem contra o mal nós sabemos o que está na mesa, um lado defende o aborto, o outro é contra. Um lado defende a família, o outro quer cada vez mais desgastar seus valores, um lado é contra a ideologia de gênero, o outro é favorável. Um lado quer que o seu povo se arme, para que se afaste cada vez mais à sombra daqueles que querem roubar a sagrada liberdade. Eu tenho dito, povo armado jamais será escravizado. Vendam as suas capas, comprem espadas, está no livro que chamamos de Bíblia sagrada. Ali, mesmo pra quem não é cristão existem muitos ensinamentos para a nossa vida”, afirmou.
Para ele, ainda, “cada um quer a sua própria Carta Magna” para ditar o que é verdade na Constituição. Bolsonaro acredita que a população sofreu com a falta de liberdade diante da pandemia e com a pressão para que o governo tomasse uma decisão em relação às restrições.
Por isso, com sua postura contrária, ele conseguiu demonstrar como funciona a política. “Muitos queriam que a gente tomasse uma decisão, entendo que a minha chegada no Executivo servisse para que o brasileiro, em geral, começasse a entender o que é político e o que representa para nós cada um dos três poderes. Creio que esse momento está praticamente vencido”, pontuou.
Ao lado dele estava a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o empresário, Luciano Hang, o senador Esperidião Amin (PP-SC), os deputados estaduais Osmar Vicentini (PSL), Sargento Lima e Jessé Lopes (ambos do PL), o prefeito da cidade, Fabrício José Satiro de Oliveira (PSB), o prefeito de Itajaí - região próxima a Balneário -,Volnei Morastoni (PMDB), e o ex-secretário especial de Aquicultura e Pesca, Jorge Seif.