Na sexta-feira (24/6), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou o pedido de investigação contra o líder do Executivo. No mesmo dia, o Ministério Público Federal (MPF) afirmou que há indícios de que Bolsonaro tenha interferido nas investigações do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro.
A suspeita ganhou força com a divulgação de um áudio no qual o ex-ministro, em conversa com a filha Victória Camacy, diz que o presidente o ligou para avisar que teve um "pressentimento" de que "eles poderiam querer atingi-lo".
A ligação para a filha foi realizada em 9 de junho, 13 dias antes da operação ser deflagrada, segundo informações da "GloboNews".
Se comprovada a interferência, Bolsonaro poderia ser acusado de falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, obstrução da Justiça e corrupção passiva privilegiada.
Outras acusações
Em meio à tumultuada saída do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, em abril de 2020, o ex-juiz afirmou que o presidente insistiu para que o então diretor da Polícia Federal, Maurício Leite Valeixo, fosse trocado por alguém do "contato pessoal dele, que ele pudesse colher informações".
À época, a Polícia Federal era responsável por realizar investigações sobre o inquérito da Fake News do STF, que apurava a disseminação proposital de notícias falsas nas redes sociais, e poderiam atingir os filhos Carlos e Eduardo.
Flávio Bolsonaro também era investigado pela PF suspeito de realizar "rachadinha", corrupção que consiste em pedir que funcionários públicos que trabalhavam para o deputado devolvessem parte do salário recebido.
Em março deste ano, a PF indicou que o presidente não cometeu crimes.