São diversos os relatos de assédio sexual cometidos pelo presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Duarte Guimarães. Funcionárias do banco, que escolheram denunciar o economista de forma anônima, contam os abusos sofridos em viagens de trabalho.
A denúncia feita ao jornal Metrópoles apresenta o relato de cinco mulheres que denunciam toques e convites indesejados. Dentre as denúncias de assédio, Guimarães também é acusado de verbalizações agressivas. Cristina (nome fictício) contou que em uma das viagens a trabalho, o presidente prometeu rasgá-la, até sangrar. "Ele me falou: 'Vou te rasgar. Vai sangrar'"', lembrou a funcionária.
Segundo ela, em uma viagem em uma cidade nordestina não especificada, Guimarães disse que havia planejado uma "ideia especial", que se tratava de uma espécie de carnaval fora de época, no qual "ninguém seria de ninguém". "Ele disse: A gente vai fazer um carnaval fora de época (...) Ninguém vai ser de ninguém. E vai ser com todo mundo nu", contou.
As denúncias não param por aí. "Ele me chamou para ir para sauna com ele"; "Quando viajo, coloco cadeira na porta do quarto"; "Tenho pânico de ter que trabalhar com ele" e "Ele apertou minha bunda", são alguns dos diversos assédios vivenciados por funcionárias do banco.
As vítimas alegaram não terem denunciado as situações antes por medo de serem perseguidas. "Uma das funcionárias afirma ter conhecimento do caso de uma colega de trabalho que resolveu comunicar uma situação de assédio que experimentou dentro da instituição, mas logo depois sua "denúncia" chegou às mãos de funcionários do gabinete de Guimarães", expõe o portal.
Ainda segundo uma das mulheres, quando Guimarães percebe que alguém tem um caso que representa risco, chama essa pessoa para "perto". "Ou então pede às pessoas próximas para que elas sejam observadas", conta uma das funcionárias.
Denúncia ao MPF
O presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Duarte Guimarães será investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) por denúncias de assédio sexual. A investigação está em andamento, sob sigilo, no Ministério Público.
*Estagiário sob supervisão da subeditora Jociane Morais