Brasília - Após se demitir por causa do escândalo de assédio sexual, o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães está no centro de outras acusações de coação moral contra os funcionários da empresa.
Áudios enviados em grupos de colaboradores no WhatsApp, aos quais o Correio Braziliense teve acesso, revelam sessões de intimidações e xingamentos do ex-gestor aos subordinados.
Em uma reunião, Guimarães pede a Celso Leonardo Derziê, vice-presidente, para anotar os CPFs de todos os que estavam presentes, para que fossem punido se o teor da reunião vazasse. "Quem for responsável, vai deixar de ser. Ou o vice-presidente, ou o diretor, ou o superintendente nacional, ou o gerente nacional... Eu quero o CPF de todo mundo", disse ele.
Áudios enviados em grupos de colaboradores no WhatsApp, aos quais o Correio Braziliense teve acesso, revelam sessões de intimidações e xingamentos do ex-gestor aos subordinados.
Em uma reunião, Guimarães pede a Celso Leonardo Derziê, vice-presidente, para anotar os CPFs de todos os que estavam presentes, para que fossem punido se o teor da reunião vazasse. "Quem for responsável, vai deixar de ser. Ou o vice-presidente, ou o diretor, ou o superintendente nacional, ou o gerente nacional... Eu quero o CPF de todo mundo", disse ele.
Outra gravação mostra o ex-presidente da Caixa esnobando a opinião dos demais gestores e funcionários do banco. "Não é aceitável. E de novo, caguei para a opinião de vocês, por que é eu quem mando. Isso aqui não é uma democracia. É a minha decisão", declarou. Em outro áudio encaminhado no aplicativo de troca de mensagens também indica Pedro Guimarães intimidando os funcionários e insinuando perda de cargos. “Vocês só têm a perder. Cara, são malucos, não tenho que ligar para ninguém. Se deu, ok. Se não deu, ok. E acabou. Por que vocês vão tomar o risco de perder a função por uma coisa que eu não autorizei”, disse.
Desde a última terça-feira, tornaram-se públicos relatos de mulheres que acusam Pedro Guimarães de assédio sexual. Elas relatam abraços forçados, insinuações constantes e toques nas partes íntimas.
As denúncias embasaram uma investigação do Ministério Público Federal (MPF) sobre a conduta do ex-presidente da Caixa e elevaram a pressão para que ele deixasse a gestão do banco. No ano passado, Guimarães se envolveu em outro momento controverso de sua administração. Ele colocou funcionários do banco para fazer flexões durante uma confraternização de fim de ano da instituição em um hotel em Atibaia (SP). Entidades de classe reagiram de maneira diante do caso e classificaram a ação como assédio moral.
As denúncias embasaram uma investigação do Ministério Público Federal (MPF) sobre a conduta do ex-presidente da Caixa e elevaram a pressão para que ele deixasse a gestão do banco. No ano passado, Guimarães se envolveu em outro momento controverso de sua administração. Ele colocou funcionários do banco para fazer flexões durante uma confraternização de fim de ano da instituição em um hotel em Atibaia (SP). Entidades de classe reagiram de maneira diante do caso e classificaram a ação como assédio moral.
A situação de Pedro Guimarães no comando da Caixa ficou insustentável após o vazamento de gravações em que funcionárias da Caixas denunciam vários episódios de assédio sexual que sofreram. Aliado bem próximo do presidente Jair Bolsonaro, inclusive durante viagens e transmissões ao vivo pela internet nas noites de quinta-feira.
Após as denúncias, Guimarães alegou inocência em evento no Palácio do Planalto, mas, embora o presidente não tenha se manifestado publicamente sobre o caso nem tenha demitido o executivo, ele acabou pedindo exoneração do cargo no fim da tarde de quarta-feira, para gerar desgaste à campanha pela reeleição de Bolsonaro.
Após as denúncias, Guimarães alegou inocência em evento no Palácio do Planalto, mas, embora o presidente não tenha se manifestado publicamente sobre o caso nem tenha demitido o executivo, ele acabou pedindo exoneração do cargo no fim da tarde de quarta-feira, para gerar desgaste à campanha pela reeleição de Bolsonaro.
CONSTRANGIMENTO
Ele é investigado pelo Ministério Público Federal. Sob anonimato, várias funcionárias revelaram detalhes do assédio. "Eu considero assédio. Foi em mais de uma ocasião. Ele tem por hábito chamar grupo de empregados para jantar com ele. Ele paga vinho para esses empregados. Não me senti confortável, mas, ao mesmo tempo, não me senti na condição de me negar a aceitar uma taça de vinho. E depois disso ele pediu que eu levasse até o quarto dele à noite um carregador de celular e ele estava com as vestes inadequadas, estava vestido de uma maneira muito informal de cueca samba canção. Quando cheguei pra entregar, ele deu um passo para trás me convidando para entrar no quarto. Eu me senti muito invadida, muito desrespeitada como mulher e como alguém que estava ali para fazer um trabalho. Já tinha falado que não era apropriado me chamar para ir ao quarto dele tão tarde e ainda me receber daquela forma”, revelou uma funcionária da Caixa.