Áudios enviados em grupos de colaboradores no WhatsApp, aos quais o Correio Braziliense teve acesso, revelam sessões de intimidações e xingamentos do ex-gestor aos subordinados.
Em uma reunião, Guimarães pede a Celso Leonardo Derziê, vice-presidente, para anotar os CPFs de todos os que estavam presentes, para que fossem punido se o teor da reunião vazasse. "Quem for responsável, vai deixar de ser. Ou o vice-presidente, ou o diretor, ou o superintendente nacional, ou o gerente nacional... Eu quero o CPF de todo mundo", disse ele.
As denúncias embasaram uma investigação do Ministério Público Federal (MPF) sobre a conduta do ex-presidente da Caixa e elevaram a pressão para que ele deixasse a gestão do banco. No ano passado, Guimarães se envolveu em outro momento controverso de sua administração. Ele colocou funcionários do banco para fazer flexões durante uma confraternização de fim de ano da instituição em um hotel em Atibaia (SP). Entidades de classe reagiram de maneira diante do caso e classificaram a ação como assédio moral.
Após as denúncias, Guimarães alegou inocência em evento no Palácio do Planalto, mas, embora o presidente não tenha se manifestado publicamente sobre o caso nem tenha demitido o executivo, ele acabou pedindo exoneração do cargo no fim da tarde de quarta-feira, para gerar desgaste à campanha pela reeleição de Bolsonaro.