Jornal Estado de Minas

SESSÃO TUMULTUADA

Vídeo: deputadas batem boca por caso de aborto da menina de 11 anos, em SC

As deputadas Sâmia Bomfim (Psol-SP) e Chris Tonietto (PL-RJ) protagonizaram uma discussão nesta quarta-feira (6/7), na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, na Câmara. Os ânimos se exaltaram durante a análise de um requerimento que pedia Moção de Aplauso e Reconhecimento à juíza Joana Ribeiro Zimmer e à promotora de justiça Mirela Dutra Alberton, que negaram o direito de aborto à criança de 11 anos que foi estuprada. 




 
 

A proposta foi apresentada pela deputada bolsonarista, juntamente com o colega Diego Garcia (Republicanos/PR). No texto, os parlamentares justificam o pedido dizendo que foi um ato “corajoso e exemplar em defesa do direito à vida”. Durante a reunião, Sâmia Bomfim ressaltou que ao contrário do que disseram no requerimento, a juíza e a promotora “violentaram” a menina.
 
Leia também: Menina de 11 anos estuprada é mantida em abrigo para evitar aborto  

“Uma juíza usou do seu poder e sua autoridade para dissuadi-la, impedi-la e violentá-la para que ela não pudesse exercer um direito, garantido desde a década de 40. A gente não tá falando nem de um direito de escolha da menina, estamos falando de uma violência profunda que uma criança sofreu. Nesse contexto, a gente tem que ter um lado e é evidente que é o lado da proteção da infância”, afirmou Sâmia.

"Estamos falando de levar adiante algo que é uma violência, violação, trauma e nenhuma mulher é obrigada a nada disso. Mas, aquim a deputada, pasmem, está propondo homenagear a juíza que foi responsável por colocar essa menina em um abrigo para que ela não pudesse ter acesso ao hospital, à lei que lhe dá direito de interromper essa gestação. "




 
Leia também:  Menina de 11 anos que foi estuprada faz aborto em Santa Catarina 

Sâmia ainda questionou o papel da colega pela proposta. “A promotora foi atrás do feto para fazer um exame e saber como ele foi retirado da menina de 11 anos. Olha de que seres humanos estamos falando, pessoas perversas e que querem humilhar as crianças, as mulheres e levarem adiante essa tortura. A deputada está propondo homenageá-las, a senhora não tem vergonha nessa cara? Não tem mais o que fazer? Por que a senhora não utiliza seu papel como legisladora para proteger as crianças brasileiras? Fico completamente enojada”, disse.
 
Leia também:  O que diz a lei sobre aborto no Brasil 

Em seguida, foi a vez de Chris Tonietto se defender: “Vergonha eu tenho, senhora deputada, de ter que conviver com um grupo de pessoas que têm sede de matar, sede de sangue”.

Foi quando começou o bate-boca entre as duas. Entre a gritaria, Sâmia criticou a colega parlamentar por apoiar o presidente Jair Bolsonaro (PL). “Genocida é o seu governo, que a senhora apoia. Não vou respeitar a senhora que assina embaixo o genocídio do presidente da República”, ressaltou a deputada do Psol.