PSDB e PDT mantém conversas sobre a construção de uma eventual aliança em Minas Gerais. A ideia dos tucanos é obter o apoio dos pedetistas à pré-candidatura do ex-deputado federal Marcus Pestana ao governo. Para fazer vingar a costura, o partido de Ciro Gomes, segundo apurou o Estado de Minas, reivindica indicar o nome que vai disputar o Senado Federal pela chapa.
As tratativas são admitidas por ambas as partes. A favor do PSDB - e contra o PDT - pesa o fato de Miguel Corrêa, pré-candidato trabalhista ao governo, estar ameaçado de não poder disputar a eleição. Ele luta, na Justiça, contra uma condenação por abuso de poder econômico no pleito de 2018, quando tentou ser senador pelo PT.
No início deste mês, a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou recurso de Corrêa pedindo a anulação da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que cassou seus direitos políticos por oito anos. A apresentação de um candidato a senador, então, poderia dar a Ciro Gomes um palanque em Minas.
Para Marcus Pestana, PSDB e PDT têm afinidades que permitem a união das siglas. "Há uma grande convergência ideológica e programática, já que são dois partidos de natureza social-democrata", diz.
Segundo ele, as conversas sobre a possível coligação, neste momento, são conduzidas pelos deputados federais Paulo Abi-Ackel e Mário Heringer, que presidem, respectivamente, os diretórios mineiros de PSDB e PDT.
No fim de maio, o presidente nacional pedetista, Carlos Lupi, se encontrou com o deputado federal tucano Aécio Neves. À época, como mostrou a reportagem, ainda não haviam tratativas sobre uma possível coligação estadual entre os partidos.
Ciro não esconde as diferenças com Miguel Corrêa, que se filiou aos quadros trabalhistas em março deste ano. Há pouco mais de um mês, o pré-candidato a presidente criticou publicamente o correligionário e o chamou de "ficha suja", em menção ao imbróglio judicial.
"Esse cidadão que se apresenta como candidato do PDT em Minas Gerais, não é do PDT e não será candidato. Inclusive, é inelegível, porque tem ficha suja. Não sei o que veio fazer aqui saindo ontem do PT e se filiando ao PDT. Desse falo publicamente, porque não é companheiro", falou, à "CNN Brasil".
À época, Corrêa se defendeu pelas redes sociais. "Um dos projetos (do PDT) é a candidatura do Ciro a presidente do Brasil. Estou absolutamente comprometido, de ponta a ponta, com essa campanha".
O caso gerou mal-estar no PDT. Mário Heringer, que se sentiu desautorizado, chegou a renunciar à presidência estadual, mas foi demovido da ideia por Carlos Lupi.
Segundo a mais recente pesquisa Genial/Quaest sobre a corrida em direção ao Palácio Tiradentes, Marcus Pestana e Miguel Corrêa têm 1% das intenções de voto. Romeu Zema (Novo) e Alexandre Kalil (PSD), os líderes têm 44% e 26% da preferência do eleitorado, respectivamente.
À época, a solução ganhou força após o PSB retirar Marcio Lacerda da disputa pelo governo. O movimento prejudicou o arranjo pensado pelos pedetistas para impulsionar Ciro.
Para este ano, a tática inicial consistia em firmar aliança com Kalil. O apoio dele a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no entanto, modificou o cenário.
De acordo com Pestana, a ideia de atrair o PDT não exclui os planos de composição com os emedebistas. O pré-candidato enxerga como "natural" a possibilidade de os dois partidos, se unidos ao PSDB, ficarem com a responsabilidade de indicar os postulantes a vice-governador e senador.
Um dos trunfos do PSDB na busca pelo apoio do MDB são as conversas de Pestana com Simone Tebet, pré-candidata do partido a presidente. Eles se falaram recentemente e, no mês passado, houve uma visita do tucano ao gabinete da senadora, em Brasília (DF).
O deputado federal Newton Cardoso Júnior, presidente do MDB mineiro, foi procurado para comentar os rumos que sua agremiação deve tomar na disputa eleitoral no estado, mas não retornou os contatos.
A pesquisa Genial/Quaest citada neste texto está registrada junto ao TSE sob os números MG-00322/2022 e BR-01319/2022.
As tratativas são admitidas por ambas as partes. A favor do PSDB - e contra o PDT - pesa o fato de Miguel Corrêa, pré-candidato trabalhista ao governo, estar ameaçado de não poder disputar a eleição. Ele luta, na Justiça, contra uma condenação por abuso de poder econômico no pleito de 2018, quando tentou ser senador pelo PT.
No início deste mês, a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou recurso de Corrêa pedindo a anulação da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que cassou seus direitos políticos por oito anos. A apresentação de um candidato a senador, então, poderia dar a Ciro Gomes um palanque em Minas.
Para Marcus Pestana, PSDB e PDT têm afinidades que permitem a união das siglas. "Há uma grande convergência ideológica e programática, já que são dois partidos de natureza social-democrata", diz.
Segundo ele, as conversas sobre a possível coligação, neste momento, são conduzidas pelos deputados federais Paulo Abi-Ackel e Mário Heringer, que presidem, respectivamente, os diretórios mineiros de PSDB e PDT.
No fim de maio, o presidente nacional pedetista, Carlos Lupi, se encontrou com o deputado federal tucano Aécio Neves. À época, como mostrou a reportagem, ainda não haviam tratativas sobre uma possível coligação estadual entre os partidos.
Ciro vem a Minas com palanque indefinido
Em meio às incertezas que rondam o PDT mineiro, Ciro Gomes, o presidenciável da legenda, vem a Minas Gerais nesta semana. A agenda dele no estado ainda está em construção, mas a tendência é que haja passagens por Belo Horizonte e Montes Claros, no Norte.Ciro não esconde as diferenças com Miguel Corrêa, que se filiou aos quadros trabalhistas em março deste ano. Há pouco mais de um mês, o pré-candidato a presidente criticou publicamente o correligionário e o chamou de "ficha suja", em menção ao imbróglio judicial.
"Esse cidadão que se apresenta como candidato do PDT em Minas Gerais, não é do PDT e não será candidato. Inclusive, é inelegível, porque tem ficha suja. Não sei o que veio fazer aqui saindo ontem do PT e se filiando ao PDT. Desse falo publicamente, porque não é companheiro", falou, à "CNN Brasil".
À época, Corrêa se defendeu pelas redes sociais. "Um dos projetos (do PDT) é a candidatura do Ciro a presidente do Brasil. Estou absolutamente comprometido, de ponta a ponta, com essa campanha".
O caso gerou mal-estar no PDT. Mário Heringer, que se sentiu desautorizado, chegou a renunciar à presidência estadual, mas foi demovido da ideia por Carlos Lupi.
Segundo a mais recente pesquisa Genial/Quaest sobre a corrida em direção ao Palácio Tiradentes, Marcus Pestana e Miguel Corrêa têm 1% das intenções de voto. Romeu Zema (Novo) e Alexandre Kalil (PSD), os líderes têm 44% e 26% da preferência do eleitorado, respectivamente.
Senado foi palanque de Ciro em 2018
Há quatro anos, o PDT mineiro apostou em um candidato ao Senado para oferecer sustentação a Ciro no estado. O escolhido foi o então deputado estadual Fábio Cherem. Ele disputou a Câmara Alta do Congresso Nacional representando o cordão liderado pelo MDB, que tinha Adalclever Lopes (hoje no PSD) como candidato ao governo.À época, a solução ganhou força após o PSB retirar Marcio Lacerda da disputa pelo governo. O movimento prejudicou o arranjo pensado pelos pedetistas para impulsionar Ciro.
Para este ano, a tática inicial consistia em firmar aliança com Kalil. O apoio dele a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no entanto, modificou o cenário.
Estratégia semelhante para atrair o MDB
O PSDB também tenta buscar apoio no MDB, que ainda não bateu o martelo sobre os rumos que vai tomar no estado. No mês passado, os tucanos chegaram a oferecer aos emedebistas a prerrogativa de indicar o Senador na chapa de Pestana - nesse cenário, Paulo Piau, ex-prefeito de Uberlândia, despontaria na disputa pela vaga.De acordo com Pestana, a ideia de atrair o PDT não exclui os planos de composição com os emedebistas. O pré-candidato enxerga como "natural" a possibilidade de os dois partidos, se unidos ao PSDB, ficarem com a responsabilidade de indicar os postulantes a vice-governador e senador.
Um dos trunfos do PSDB na busca pelo apoio do MDB são as conversas de Pestana com Simone Tebet, pré-candidata do partido a presidente. Eles se falaram recentemente e, no mês passado, houve uma visita do tucano ao gabinete da senadora, em Brasília (DF).
O deputado federal Newton Cardoso Júnior, presidente do MDB mineiro, foi procurado para comentar os rumos que sua agremiação deve tomar na disputa eleitoral no estado, mas não retornou os contatos.
A pesquisa Genial/Quaest citada neste texto está registrada junto ao TSE sob os números MG-00322/2022 e BR-01319/2022.