Pré-candidato ao governo mineiro, Alexandre Kalil (PSD) vai contar com a ex-deputada federal Manuela d'Ávila (PCdoB) na equipe responsável pela parte digital de sua campanha. Interlocutores ligados ao ex-prefeito de Belo Horizonte garantem que o acordo com ela já está fechado.
Manuela foi indicada pelo marqueteiro Juliano Corbellini, contratado para comandar a comunicação da chapa que vai rivalizar com Romeu Zema (Novo). O contrato será com uma empresa de comunicação que a ex-deputada mantém com uma sócia no Rio Grande do Sul.
Corbellini vai substituir a dupla formada por Alexandre Oltramari e Chico Mendez. Os dois deixaram o estafe de Kalil no fim do mês passado, porque não podiam se dedicar exclusivamente à campanha em Minas. A notícia a respeito das tratativas com Manuela foi dada, inicialmente, pelo jornal "O Globo" e confirmada pelo Estado de Minas.
Doutor em ciência política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Corbellini atuou como professor de marketing político. Ele já trabalhou para Flávio Dino (PSB), ex-governador do Maranhão, e também com a própria Manuela.
O PCdoB compõe o leque de partidos à esquerda que vai apoiar Kalil, ao lado de PT, PV, Rede Sustentabilidade e PSB.
Ex-deputada é jornalista de formação
Manuela d'Ávila é formada em comunicação social, com habilitação em jornalismo, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Porto Alegre (RS). Ela foi deputada federal entre 2007 e 2015, quando assumiu assento na Assembleia Legislativa gaúcha.
Em 2018, foi vice-candidata a presidente na chapa de Fernando Haddad (PT), que perdeu para Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno. Em 2020, terminou em segundo na disputa pela prefeitura porto-alegrense.
Em maio deste ano, Manuela d'Ávila anunciou que não iria concorrer a nenhum cargo eletivo em 2022. "Estive na linha de frente nas eleições majoritárias de 2018 e 2020. Sabemos como esses processos foram duros e violentos para mim e minha família", disse nas redes sociais.
Ela garantiu que continuará "militante política" mesmo sem ocupar cargos formais. "Não são os mandatos que me fizeram militante: são nossas causas, nossos sonhos de justiça e liberdade. É isso que fará com que eu esteja na luta, junto com cada um e cada uma de vocês, para que derrotemos o bolsonarismo lá e aqui (no RS)", afirmou.