A esposa do bolsorista Jorge Guaranho, que matou o tesoureiro do PT Marcelo Arruda durante a festa de aniversário dele em Foz do Iguaçu (PR), disse que o marido gritou "Bolsonaro mito" para os participantes da festa, que tinha como temas o PT e o ex-presidente Lula. Apesar disso, ela negou que o crime tenha tido motivação política.
Em entrevista à RPC, nesta quarta-feira (13/7), ela disse que Guaranho invadiu a festa porque se sentiu ameaçado. De acordo com ela, eles não sabiam que a festa estava ocorrendo e estavam no carro com o filho recém-nascido escutando uma música que dizia "O mito chegou e o Brasil acordou". Os participantes da festa teriam se incomodado com o som e gritado. Foi então que Guaranho teria respondido "Bolsonaro mito".
Leia Mais
Bolsonaro confirma retorno a Juiz de Fora nesta sexta, 4 anos após facadaAnitta x Sérgio Reis: fãs trocam farpas por apoio político dos cantores'Quem sabotou Minas foi o Zema', diz Agostinho PatrusBolsonaro: aborto em crianças estupradas é 'absurdo'De acordo com ela, em resposta à provocação, os petistas teriam jogado pedras e terra no carro. "O que motivou ele a voltar lá foi essa agressão, que ele se sentiu agredido, ameaçado, a família ameaçada. Então, ele ter voltado lá, não tem nada a ver com Lula, não tem nada a ver com o Bolsonaro. A minha família, meu padrasto, minha mãe votaram no Lula, entendeu? Nós conhecemos várias pessoas de outras famílias, nós fazemos churrasco", relatou.
Segundo o relato dela, no momento da discussão, os participantes da festa teriam dito para Guaranho ir embora que ali havia policiais e ele teria respondido que ele também era policial. Foi então que ela pediu para o marido para eles irem embora. "Nesse momento eu me senti ameaçada porque ambos eram policiais e aquela discussão (estava) acalorada. Eu abri a porta e implorei pelo meu filho; 'Por favor moço, estou com meu bebê aqui, estou com meu filho aqui!' Aí, meu esposo acelerou o carro e foi..."
Porém, o marido dela resolveu retornar à festa, mesmo ela pedindo para ele não ir. "Vida. Ali é meu lugar, eles ameaçaram minha família. Eles tacaram pedras e terra na minha cara, poderia ter machucado nosso filho. Eu vou pelo menos voltar lá pra tirar a satisfação. Eles não podem fazer isso. Eu não fiz nada pra ninguém", teria dito ele.
Ao retornar, Guaranho atirou no guarda municipal Marcelo Arruda, que estava completando 50 anos naquele dia, e acabou morrendo. Guaranho também foi baleado por Arruda e está internado.
De acordo com a esposa, o marido é apoiador do presidente Jair Bolsoanaro (PL), porém, segundo ela, não é fanático. "Ele é pró Bolsonaro, sim, ele apoia, ele gosta de estar atento a todas as notícias políticas. Mas ele não é fanático, ele não é uma pessoa assim", destacou.
Investigação
Uma das hipóteses da Polícia Civil do Paraná é que o crime tenha sido premeditado. Isso porque a esposa de Guaranho afirmou que o marido era sócio do clube e costumava fazer rondas por ali e, por isso, eles estavam no local. Além disso, do lado de fora não tinha nada que associava a festa ao PT. Os investigadores apuram se Guaranho teve acesso a um aplicativo do circuito interno de imagens clube antes de invadir o local.