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Bolsonaro em Juiz de Fora: 'Há três anos e meio sem paz'Bolsonaro chora ao lembrar de facada: Pedi que minha filha não ficasse órfãBolsonaro recebe a cidadania honorária de Juiz de Fora: 'Sou mineiro, uai'Eleitores de Bolsonaro em JF: 'contra o comunismo, mamata e por liberdade'Bolsonaro em JF: 'Continuo arriscando minha vida por aí, no meio do povo'Ele citou o impacto levado pela faca à artéria mesentérica, responsável por levar sangue ao intestino e chamou de "milagre" o fato de não ter morrido.
"Vocês, médicos, são testemunhas. Foi uma facada cirúrgica, Tinha de entrar exatamente ali", garantiu.
Bolsonaro falou aos médicos da Santa Casa durante menos de 15 minutos. Ele chegou a interromper o discurso por ter se emocionado. O presidente estava acompanhado por um séquito de políticos composto por figuras como Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, e Carlos Viana, pré-candidato do PL ao governo de Minas Gerais.
"Pelas mãos de vocês (médicos), a minha vida foi salva. Os relatos do ocorrido, por alguns de vocês com quem já conversei, é que, dificilmente, alguém sobrevive a uma facada como aquela. Não foi sorte. No meu entender, foram as mãos de Deus e as mãos de vocês, que trabalharam naquele dia", celebrou.
Do hospital, Bolsonaro seguiu para o Aeroclube de Juiz de Fora, de onde partiu rumo a Brasília (DF). Antes, participou de motociata com apoiadores e foi a um evento religioso. Parlamentares ainda aproveitaram alguns minutos da visita para conceder a ele o título de cidadão honorário do município.
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Agrado do presidente da Santa Casa
A comitiva bolsonarista foi recebida pelo médico pediatra Renato Loures, presidente da Santa Casa em Juiz de Fora. Ele afirmou que o governo federal tem dado apoio aos hospitais filantrópicos e sinalizou alinhamento às ideias do chefe do poder Executivo."(O hospital) segue os princípios cristãos, em profunda comunhão com os pensamentos do presidente", garantiu, momentos depois de ressaltar que a Santa Casa é regida pelas "leis católicas".
Quando ainda era deputado federal, no fim de 2018, Bolsonaro chegou a enviar emenda parlamentar de R$ 2 milhões ao hospital que o abrigou após a facada. Depois, alguns de seus apoiadores conseguiram reunir mais R$ 1,5 milhão.
Segundo Renato Loures, apenas um outro presidente, Itamar Franco, visitou o local. "Dos nossos atendimentos, 70% são dedicados ao SUS. Somos a maior transplantadora de Minas Gerais e a quarta do Brasil", explicou.
Relembre
Depois de ficar por algumas horas na Santa Casa, Bolsonaro foi transferido ao Hospital Albert Einstein, em São Paulo (SP). O então presidenciável chegou à casa de saúde após ser atingido no abdômen por Adélio Bispo de Oliveira, que acompanhava seu périplo pelas ruas da cidade da Zona da Mata. Além da artéria mesentérica, o golpe gerou perfurações no intestino grosso e no intestino delgado.Segundo Bolsonaro, o ataque a faca é a causa de suas recentes internações. Em janeiro deste ano, por exemplo, o chefe do Executivo ficou dois dias hospitalizado por causa de uma obstrução intestinal.
Em 2019, o presidente da República recebeu, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), o médico Paulo Gonçalves de Oliveira Júnior, chefe da equipe que o recebeu no hospital em Juiz de Fora.
As investigações
Adélio Bispo está preso em uma penitenciária de Campo Grande (MS). Por duas vezes, a Polícia Federal concluiu que o homem agiu sozinho. Em novembro passado, no entanto, o inquérito a respeito do caso foi aberto.Bolsonaro visitou Juiz de Fora menos de uma semana após Marcelo Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), ser morto a tiros pelo bolsonarista Jorge José Guaranho. Na terça-feira, ele conversou por videoconferência com familiares de Arruda.
Ele chegou a sugerir aos parentes a marcação de uma coletiva de imprensa a fim de elucidar o caso.
"A ideia é ter uma coletiva com a imprensa para vocês falarem a verdade. Não é a esquerda ou a direita. A imprensa está tentando desgastar o meu governo", falou, no início da semana.