Os já tradicionais jargões bolsonaristas deram o tom da passagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) por Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, nesta sexta-feira (15/7). Nesse sentido, palavras de ordem contra o comunismo e a defesa da liberdade pautavam os discursos dos apoiadores, que ostentavam bandeiras do Brasil e vestiam verde e amarelo.
Críticas à imprensa e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também foram feitas pelos apoiadores, que gritaram diversas vezes que "a mamata acabou".
Para além do discurso amplamente conhecido e adotado pelo eleitorado nas manifestações políticas, a única novidade na Manchester Mineira foi o forte esquema de segurança providenciado pelo Gabinete de Segurança Institucional do Planalto para que o presidente pudesse interagir com seus apoiadores. Além das polícias Militar e Federal, o Exército bateu ponto no evento – afinal, em 2018, o então pré-candidato à Presidência da República foi vítima de um atentado quando, literalmente, estava nos braços do povo.
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"Hoje estou aqui porque não quero viver no comunismo. Não quero que meus filhos e netos vivam esse regime. Sou de uma geração que lutou por liberdade e democracia", disse, de forma exaltada, a aposentada Maria Helena, de 61 anos, em rápida conversa com a reportagem, enquanto aguardava a saída do chefe do Executivo do aeroporto.
"Enquanto existirem movimentos a favor do Bolsonaro, eu vou comparecer, pois hoje tenho tempo de sobra. Toda minha família tá junto com o Bolsonaro. Se esse homem não ganhar essa eleição é porque tem trapaça", finalizou.
Já nas imediações da Igreja Betel, onde Bolsonaro participou de um evento religioso privado da Assembleia de Deus, na Avenida Brasil, a advogada Lucélia Vieira da Silva, de 42 anos, também demonstrava apoio ao presidente.
"Eu apoio o Bolsonaro porque eu quero um Brasil com igualdade, com justiça. Eu não gosto de bandido, eu quero que os bandidos realmente fiquem na cadeia", declarou a advogada, completando que as principais razões pelas quais votou no atual presidente foram as pautas de segurança pública.
Segundo ela, "as pessoas de bem têm que ter oportunidade de se defenderem". "Eu sou a favor de menos Estado se metendo na vida das pessoas. Acho que a gente tem que ter autonomia para viver a vida da gente do jeito que a gente quer viver e escolher o que os nossos filhos vão aprender ou não na escola", afirmou Lucélia, acrescentando "que Bolsonaro recuperou o patriotismo dos brasileiros".
Também para a estudante Maryan Vieira, de 38 anos, Bolsonaro é a única solução. "Nosso presidente é a única chance do nosso país ir para frente. A reeleição dele vai garantir que isso aqui não vire uma Cuba", declarou. Ela e o marido dividem uma grande moto adaptada e já estiveram em outras motociatas, como as de São Paulo e Belo Horizonte. "Nós estamos em todas", afirmou orgulhosa.
"Lula ladrão, Bolsonaro é capitão"
O presidente Jair Bolsonaro foi recepcionado por apoiadores aos gritos de 'Lula ladrão, Bolsonaro é capitão', nas imediações da Igreja Betel, onde participou de um evento com líderes religiosos. Do lado de fora – enquanto esperavam o regresso da motociata que acompanharia o presidente até a Santa Casa –, a recepção acontecia com eleitores gritando, ainda, "mito"; "Globo lixo"; e "A mamata acabou".
Comitiva
Bolsonaro esteve acompanhado por uma comitiva que teve nomes como Marcelo Queiroga, ministro da Saúde. O senador Carlos Viana, pré-candidato do PL ao governo de Minas Gerais, também compõe o grupo, bem como o deputado federal Marcelo Álvaro Antônio, pré-candidato liberal ao Senado.
Além deles, a equipe tem parlamentares como Nikolas Ferreira e Bruno Engler, ambos do PL - eles são, respectivamente, vereador de Belo Horizonte e deputado estadual.