Aro é um dos mais importantes aliados de Zema. No ano passado, ele foi nomeado líder do governo mineiro no Congresso Nacional, função que o alçou ao posto de principal articulador do Palácio Tiradentes em Brasília (DF).
O PP é um dos partidos que vai apoiar a campanha pela reeleição do governador. Também filiado ao partido, o deputado estadual Zé Guilherme, pai de Aro, é o líder do bloco parlamentar formado pelos aliados de Zema na Assembleia Legislativa.
Na quinta-feira (14), o Novo acertou aliança com o MDB. Além dos emedebistas e do PP, a coalizão em torno de Zema tem, ainda, Agir, Podemos, Solidariedade e Avante. Mais legendas devem se juntar ao grupo a partir do próximo dia 20, quando começam as convenções para definir os rumos da sigla em direção ao pleito deste ano.
Procurada, a equipe de Zema afirmou que ele não vai comentar publicamente sobre o convite a Aro.
O deputado federal foi um dos cotados para ser o vice-candidato ao governo na chapa situacionista. Na mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada no último dia 8, Aro aparece com 2% das intenções de voto. Quando associado a Zema, no entanto, ele salta para 10%.
Esperança em acordo por Eduardo Costa
A ideia de ter Aro como vice, ventilada no início deste ano, surgiu a reboque do desejo de Zema de ter um vice de outro partido. Neste momento, o nome mais forte além das fronteiras do Novo é o do jornalista Eduardo Costa (Cidadania).O governador convidou Costa para ser seu parceiro na eleição, mas a dobradinha esbarra na federação partidária formada por Cidadania e PSDB. Isso porque os tucanos têm o ex-deputado Marcus Pestana como pré-candidato ao governo e sinalizam que não vão abrir mão dele. Há, inclusive, negociações para selar o apoio do PDT a Pestana.
No entorno de Zema, no entanto, ainda há confiança na possibilidade de conseguir acordo com PSDB e Cidadania e, assim, ter Eduardo Costa como vice. Por causa da possibilidade, o comunicador se afastou dos programas que apresenta na "RecordTV" e na "Rádio Itatiaia".
No início da semana, mesmo em meio ao impasse, Zema reforçou seu desejo. "O melhor (vice) candidato seria um que não seja do Novo, para mostrarmos que estamos abertos a alianças e a trabalhar com outros partidos", disse.
Apesar do convite a Costa, lideranças do PSDB têm externado publicamente descontentamento com os rumos do caso. Ao podcast "EM Entrevista", no fim do mês passado, Pestana chegou a comparar o Novo a uma "seita dogmática".
"Eles conduzem tão mal que, se bobear, Zema vai ficar solitário, com chapa puro-sangue. Não sei se é isso o que querem. Eles têm um espírito que chamo de seita dogmática. Eles têm dificuldades no Brasil inteiro", criticou.
Nesta semana, Pestana defendeu Agostinho Patrus (PSD), presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), de críticas vindas de Zema. O governador acusou o deputado estadual de "sabotagem" ao poder público estadual.
"A injusta acusação do governador Romeu Zema ao presidente Agostinho busca encobrir a total falta de diálogo e liderança de seu governo", falou o tucano.
Opção do Novo para vice ganha licença eleitoral da Assembleia
Se a opção for por um vice vindo do Novo, a tendência é a escolha por Mateus Simões, ex-secretário-geral da gestão estadual. Neste sábado (16/7), a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), onde Simões é concursado para a função de procurador, publicou parecer que dá a ele "licença especial para candidatura a cargo eletivo".
A convenção partidária do Novo está agendada para o próximo dia 23. O evento deve dar sinalização concreta a respeito do vice de Zema na corrida eleitoral. Certo é que o atual ocupante do cargo, Paulo Brant (PSDB), não tentará a reeleição.
O levantamento Genial/Quaest citado neste texto está registrado junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob os números MG-00322/2022 e BR-01319/2022.