O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, recusou o convite do presidente Jair Bolsonaro (PL) para participar de um encontro com embaixadores no Palácio da Alvorada na segunda-feira, segundo o jornal O Globo. A ideia da reunião é discutir a segurança do processo eleitoral brasileiro.
Em resposta à Presidência, Fachin alegou que, como presidente da Corte que julga a legalidade das ações de pré-candidatos e candidatos, “o dever de imparcialidade impede de comparecer a eventos por eles organizados”.
Além de Fachin, o ministro Luiz Fux, que preside o Supremo Tribunal Federal (STF), também foi convidado, mas não confirmou presença. Também foram chamados os presidentes do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins; do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Emmanoel Pereira; e do Tribunal de Contas da União, Ana Arraes. Destes, apenas Pereira disse que vai.
A iniciativa de convidar os representantes do Judiciário e do TCU partiu de uma sugestão feita por assessores da Presidência da República. Bolsonaro afirmou que apresentará um Power Point com documentos sobre os resultados das eleições de 2014, 2018 e 2020. No encontro, o pré-candidato à reeleição deve mais uma vez desacreditar a segurança do processo eleitoral brasileiro e atacar o uso das urnas eletrônicas.
“Eu marquei pra segunda-feira um encontro com 50 embaixadores ou mais para discutirmos sobre o segundo turno de 2014. (…) Vamos mostrar 2014 e eleições de 2018, onde eu ganhei no primeiro turno. Agora eu falo isso, não é da boca para fora, é comprovado”, disse Bolsonaro na última terça-feira em conversa com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada. O presidente repete a declaração feita desde 2020, quando prometeu apresentar tais provas, mas nunca o fez.