Jornal Estado de Minas

GUERRA

Bolsonaro liga para Zelensky: 'Eu sei como seria a solução na Ucrânia'

O presidente Jair Bolsonaro (PL) conversou por telefone com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, nesta segunda-feira (18/7), após dizer que iria apresentar uma solução para o fim da guerra com a Rússia, que invadiu o país no final de fevereiro.





 

"Tive uma conversa com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Informei sobre a situação no front. Discuti a importância de retomar as exportações de grãos ucranianos para prevenir uma crise global dos alimentos provacada pela Rússia. Eu peço que todos os parceiros comerciais se unam às sanções contra o agressor", declarou Zelensky em sua página no Twitter.

 

 

Já Bolsonaro não se manifestou até a publicação desta matéria. O presidente havia avisado sobre a ligação nesse domingo (17/7), em entrevista concedida do lado de fora do Palácio da Alvorada, conforme publicado pelo Congresso em Foco, no portal UOL. 

 

"Vou dar minha opinião a ele o que eu acho. A solução para o caso guerra. Eu sei como seria a solução do caso. Mas não vou adiantar. A solução do caso como acabou a guerra da Argentina com o Reino Unido em 1982? É por aí”, afirmou.





 

Ao longo dos últimos meses, o presidente brasileiro culpou a guerra pela situação econômica no Brasil em diversas oportunidades.

 

“Vou conversar bastante com ele. É uma liderança e vou dar minha opinião para ele. Essa guerra tem causado transtorno não só para o Brasil. Brasil menos. É muito mais para a Europa”, declarou Bolsonaro.

Mourão fala em solidariedade

Questionado por jornalistas sobre o teor do telefonema entre os líderes, o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) falou sobre as dificuldades da guerra. 

 

"É solidariedade. A situação que a Ucrânia está vivendo é difícil, complicada. A infraestrutura do país está sendo destruída pelo conflito, então o presidente vai falar em ajuda humanitária, até porque nós já tínhamos nos oferecido para receber refugiados, temos colônias ucranianas. Acho que é mais ou menos por aí a conversa", ponderou.

Encontro com Putin 

Em 16 de fevereiro, oito dias antes do início da invasão russa, Bolsonaro encontrou o presidente russo Vladimir Putin, no Palácio do Kremlin, sede do governo russo, em Moscou.





 

O chefe do Executivo brasileiro afirmou à época que o Brasil "é solidário à Rússia" e enumerou áreas de cooperação econômica com o país.

Crítica à Zelensky

Três dias após a invasão, em 27 de fevereiro, o presidente brasileiro falou a jornalistas que o Brasil iria adotar um tom neutro em relação à guerra entre Rússia e Ucrânia por considerar que cada país tem sua motivação no conflito.

 

No entanto, ao ser questionado sobre a opção, Bolsonaro minimizou a ofensiva militar russa criticando os ucranianos. “Eu acho que o povo confiou nele para traçar o destino de uma nação. Confiou a um comediante o destino de uma nação. Ele deve ter equilíbrio, segundo a população ucraniana, para tratar desse assunto. Tanto é que ele já aceitou conversar”, declarou.

Visto humanitário

Em março, o Brasil concedeu vistos humanitários aos ucranianos e apátridas que fogem da invasão russa por meio de uma portaria conjunta entre o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Justiça com validade até 31 de agosto.