"Tive uma conversa com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Informei sobre a situação no front. Discuti a importância de retomar as exportações de grãos ucranianos para prevenir uma crise global dos alimentos provacada pela Rússia. Eu peço que todos os parceiros comerciais se unam às sanções contra o agressor", declarou Zelensky em sua página no Twitter.
Had a conversation with President of Brazil @jairbolsonaro. Informed about the situation on the front. Discussed the importance of resuming %uD83C%uDDFA%uD83C%uDDE6 grain exports to prevent a global food crisis provoked by Russia. I call on all partners to join the sanctions against the aggressor.
— %u0412%u043E%u043B%u043E%u0434%u0438%u043C%u0438%u0440 %u0417%u0435%u043B%u0435%u043D%u0441%u044C%u043A%u0438%u0439 (@ZelenskyyUa) July 18, 2022
Já Bolsonaro não se manifestou até a publicação desta matéria. O presidente havia avisado sobre a ligação nesse domingo (17/7), em entrevista concedida do lado de fora do Palácio da Alvorada, conforme publicado pelo Congresso em Foco, no portal UOL.
"Vou dar minha opinião a ele o que eu acho. A solução para o caso guerra. Eu sei como seria a solução do caso. Mas não vou adiantar. A solução do caso como acabou a guerra da Argentina com o Reino Unido em 1982? É por aí”, afirmou.
Ao longo dos últimos meses, o presidente brasileiro culpou a guerra pela situação econômica no Brasil em diversas oportunidades.
“Vou conversar bastante com ele. É uma liderança e vou dar minha opinião para ele. Essa guerra tem causado transtorno não só para o Brasil. Brasil menos. É muito mais para a Europa”, declarou Bolsonaro.
Mourão fala em solidariedade
Questionado por jornalistas sobre o teor do telefonema entre os líderes, o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) falou sobre as dificuldades da guerra.
"É solidariedade. A situação que a Ucrânia está vivendo é difícil, complicada. A infraestrutura do país está sendo destruída pelo conflito, então o presidente vai falar em ajuda humanitária, até porque nós já tínhamos nos oferecido para receber refugiados, temos colônias ucranianas. Acho que é mais ou menos por aí a conversa", ponderou.
Encontro com Putin
Em 16 de fevereiro, oito dias antes do início da invasão russa, Bolsonaro encontrou o presidente russo Vladimir Putin, no Palácio do Kremlin, sede do governo russo, em Moscou.
O chefe do Executivo brasileiro afirmou à época que o Brasil "é solidário à Rússia" e enumerou áreas de cooperação econômica com o país.
Crítica à Zelensky
Três dias após a invasão, em 27 de fevereiro, o presidente brasileiro falou a jornalistas que o Brasil iria adotar um tom neutro em relação à guerra entre Rússia e Ucrânia por considerar que cada país tem sua motivação no conflito.
No entanto, ao ser questionado sobre a opção, Bolsonaro minimizou a ofensiva militar russa criticando os ucranianos. “Eu acho que o povo confiou nele para traçar o destino de uma nação. Confiou a um comediante o destino de uma nação. Ele deve ter equilíbrio, segundo a população ucraniana, para tratar desse assunto. Tanto é que ele já aceitou conversar”, declarou.
Visto humanitário
Em março, o Brasil concedeu vistos humanitários aos ucranianos e apátridas que fogem da invasão russa por meio de uma portaria conjunta entre o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Justiça com validade até 31 de agosto.