Mais jovem partido do sistema político brasileiro, a Unidade Popular (UP) trabalha para disputar, pela primeira vez, a eleição rumo ao governo de Minas Gerais. Romeu Zema (Novo), que deve tentar a reeleição, é tratado como o "adversário central" da sigla. A percepção é encampada por Indira Xavier, pré-candidata da UP ao Palácio Tiradentes.
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Bolsonaro antes de reunião com embaixadores: 'Não dormi. Febre, gripe'Indira Xavier encerra série do EM com pré-candidatos ao governo mineiroSimone Tebet sofre resistência no MDBJustiça obriga Zema a apagar das redes 'publicidade' paga pelo GovernoBolsonaro ao questionar processo eleitoral: 'Me sinto envergonhado'Bolsonaro faz novos ataques ao TSE e ministros em reunião com embaixadoresNo Pânico, Marcos Uchôa revolta bolsonaristas: 'Vai perder a eleição'Deputados do MDB mudam foto e omitem local de reunião sobre apoio a ZemaO "fora, Zema" é um dos motes que a Unidade Popular, em funcionamento desde 2019, pretende fazer ecoar.
"A gente entende que ele (Zema), para nosso estado, é o Bolsonaro de sapatênis. É uma figura mais palatável que Bolsonaro, que tem apresentado esse projeto de destruição do nosso povo. Na gestão da pandemia, o que o governo Zema fez com o estado, foi algo inaceitável", disse Indira, citando também os embates com servidores públicos e os questionamentos à mineração - que ganharam força após o aval a um projeto da Taquaril Mineração S.A (Tamisa) para explorar parte da Serra do Curral, em Belo Horizonte.
Sob a intenção de construir uma frente antiZema, partidos à esquerda, como PT, PCdoB e Rede Sustentabilidade, resolveram apoiar a pré-candidatura de Alexandre Kalil (PSD). A Unidade Popular, que segue orientação marxista, contudo, tem restrições ao pessedista.
"A gente é 'Fora, Zema', mas não vamos, por causa disso, declarar voto em Kalil, porque temos várias críticas ao governo que ele exerceu em Belo Horizonte", afirmou Indira. "Kalil fez uma gestão até tranquila em relação à pandemia, mas as outras questões não foram feitas. Não tivemos a reurbanização das ocupações urbanas de BH", pontuou.
Segundo ela, houve pouco diálogo da gestão de Kalil com movimentos sociais, sindicatos e representantes da sociedade civil. "Fala mais do que faz; muito gogó para pouca prática", criticou.
Instâncias internas vão definir posição em eventual segundo turno
Conforme as pesquisas a respeito da corrida eleitoral estadual, Zema e Kalil ocupam os primeiros lugares em intenção de voto. O mais recente levantamento Genial/Quaest, por exemplo, aponta 44% para o governador e 26% para o ex-prefeito de BH.Segundo Indira, o posicionamento da Unidade Popular, em caso de segundo turno, será definido no momento oportuno.
"Entendemos qual é nosso adversário central nesse processo, mas também, por nosso adversário ser Zema, sair por aí dizendo que agora é 'fulano'.Temos nossas instâncias internas de decisão. Em um eventual segundo turno, o partido e a militância vão se reunir e tirar um encaminhamento sobre o posicionamento", explicou.
Apesar de pregar cautela, ela fez questão de ressaltar o que chamou de "alinhamento" entre Bolsonaro e Zema. "Embora Bolsonaro tenha um candidato oficial em Minas (Carlos Viana, do PL), ele disse que o governo estava muito bem servido com Romeu Zema. Há um alinhamento muito prático, (como) as questões do (ingresso no) Regime de Recuperação Fiscal e da redução do ICMS", protestou.
"Entendemos que, para o povo mineiro, Romeu Zema não tem condições de seguir governando. Precisamos que ele saia o mais rapidamente possível", continuou.
Alagoana, Indira Xavier atua como coordenadora da Casa de Referência Tina Martins. Sediado em BH, o espaço acolhe mulheres vítimas de violências. Sua vice-candidata é Edna Gonçalves, da coordenação da Ocupação Izidora, na Região Norte da capital.
A Unidade Popular ainda não definiu quem vai disputar o Senado pela sigla, mas o belo-horizontino Leonardo Péricles é o presidenciável da agremiação.
A pesquisa Genial/Quaest mencionada neste texto está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob os números MG-00322/2022 e BR-01319/2022.