Na quinta-feira (14/7), o governador mineiro recebeu políticos emedebistas para uma reunião. Horas após o encontro, o partido e alguns de seus representantes enviados à reunião anunciaram, nas redes sociais, o apoio à reeleição de Zema.
Entretanto, a versão da mesma imagem publicada pelo deputado federal Newton Cardoso Júnior, presidente emedebista no estado, tem um fundo genérico, como em uma montagem.
A explicação para a distorção do fundo pode estar na Lei Eleitoral, que veda o uso de repartições públicas para conferências que tenham como finalidade a definição de rumos eleitorais. Há, no entanto, exceção feita às convenções partidárias, comumente ocorridas nas Câmaras Municipais e nas Assembleias Legislativas.
"São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos, ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, ressalvada a realização de convenção partidária", aponta trecho do artigo 73 da legislação que versa sobre as disputas a cargos eletivos.
Críticas à montagem circularam entre emedebistas. Houve, inclusive, quem apontasse a Lei Eleitoral ao tratar do tema.
Oficialmente, o governo de Minas Gerais diz que a agenda de Zema com lideranças do MDB não teve objetivo eleitoral.
"A pauta da referida reunião envolveu deliberações com parlamentares mineiros a respeito do desenvolvimento e da implementação de políticas públicas para o estado de Minas Gerais, como parte dos compromissos rotineiros do governador Romeu Zema, como chefe do Executivo", garantiu a equipe de comunicação do poder Executivo, em nota enviada ao Estado de Minas.
Presentes à reunião usam fundos distintos
A divergência entre os fundos da foto tirada após a reunião entre Zema e representantes do MDB não aconteceu apenas entre a conta oficial do diretório emedebista e a página de Newton Júnior.
Hercílio Coelho Diniz, outro deputado federal presente ao bate-papo, também publicou a mesma imagem, mas com uma segunda montagem, que também esconde a parede amadeirada do Palácio Tiradentes.
Outro a bater ponto na reunião, Teteco, vereador do MDB em Contagem, na Região Metropolitana, postou a versão original do retrato. Fábio Ramalho, parlamentar federal, seguiu o mesmo caminho.
Newton Júnior e Hercílio Diniz foram procurados pela reportagem por meio de ligações telefônicas e mensagens de texto. Se houver retorno, este texto será atualizado.
MDB engrossa cordão pró-reeleição
Como mostrou ontem o EM, o apoio do MDB a Zema, se referendado na convenção estadual da sigla, dará ao Novo mais de 20% do tempo de propaganda eleitoral em rádio e televisão. O partido comandado por Newton Júnior vai engrossar frente que tem legendas como PP, Avante, Solidariedade, Podemos e Agir.
Ao contrário de Alexandre Kalil (PSD), que terá André Quintão (PT) como vice e Alexandre Silveira (PSD) na vaga de postulante ao Senado Federal, a chapa de Zema ainda tem lacunas. O deputado federal Marcelo Aro, do PP, foi convidado para tentar ser senador, mas ainda não confirmou que estará no páreo.
A vice-candidatura ao governo, por sua vez, ainda é contornada por indefinições. Há quem acredite que o convite a Eduardo Costa pode prosperar mesmo ante a resistência do PSDB, que forma uma federação com o Cidadania, partido do jornalista. Como opção vinda do Novo, surge o nome de Mateus Simões, ex-secretário-geral da gestão estadual.