O pré-candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) mente contra a democracia brasileira ao atacar a segurança das urnas eletrônicas no processo eleitoral.
“É uma pena que o Brasil não tenha um presidente que chame 50 embaixadores para falar sobre algo que interesse ao país. Emprego, desenvolvimento ou combate à fome, por exemplo. Ao invés disso, conta mentiras contra nossa democracia”, escreveu o petista no Twitter.
O recado de Lula foi alusivo ao encontro de Jair Bolsonaro com 40 embaixadores no Palácio da Alvorada, em Brasília, na tarde desta segunda-feira (18/7). Na reunião, o chefe do Executivo afirmou que houve fraude nas eleições de 2018 - informação já desmentida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Para Bolsonaro, “a desconfiança do sistema eleitoral tem se avolumado”. Nesse aspecto, o objetivo do encontro com os líderes de outros países seria trazer luz sobre a necessidade de “transparência e confiança nas eleições”.
Nunca houve comprovação de fraude nas urnas eletrônicas, utilizadas no Brasil desde 1996. Apesar disso, Bolsonaro declarou que “não podemos enfrentar as eleições sob o manto da desconfiança". “Queremos ter a certeza de que o voto do eleitor vai justamente para aquela pessoa escolhida”.
Ministros
Quanto aos ministros, Bolsonaro concentrou as críticas a Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“O senhor Barroso, também como o senhor Fachin, começaram a andar pelo mundo me criticando, como se eu estivesse preparando um golpe por ocasião das eleições. É o contrário o que está acontecendo”, acusou o presidente. Segundo ele, os ministros estariam atuando no TSE para vedar medidas de transparência com o objetivo de eleger “o outro lado”.
Alexandre de Moraes fixou na última sexta-feira (15/7) um prazo de dois dias para o presidente se manifestar sobre o pedido da oposição para que ele seja proibido de fazer qualquer discurso de ódio ou incitação à violência, sob pena de multa de R$ 1 milhão - decisão vista por Bolsonaro como uma perseguição ao seu governo.
O presidente também ressuscitou a facada recebida na pré-campanha de 2018, alegando que gostaria de ver o inquérito concluído para chegar à mentoria da tentativa de homicídio. Porém, por duas vezes em investigações, a Polícia Federal concluiu que Adélio Bispo, preso no mesmo dia, agiu sozinho, não havendo, portanto, mandantes do crime.