Jornal Estado de Minas

ELEIÇÕES 2022

Quem são os pré-candidatos a presidente e os obstáculos que devem enfrentar


Esta reportagem foi atualizada no dia 19 de julho de 2022.

A eleição presidencial de 2022 se aproxima em clima de grande polarização, com Jair Bolsonaro (PL) disputando a reeleição e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tentando retornar à Presidência da República para um terceiro mandato.





Mas pré-candidatos de esquerda, centro e direita ainda tentam se viabilizar como "terceira via", entre eles Ciro Gomes (PDT) e a senadora Simone Tebet (MDB).

O ex-juiz Sergio Moro havia sido anunciado como pré-candidato pelo Podemos em novembro passado, mas em março abriu mão da corrida após se filiar ao União Brasil e, em julho, anunciou que será candidato ao Senado pelo Paraná, depois de ter sua intenção de disputar a eleição em São Paulo inviabilizada pela Justiça.

Já o PSDB havia escolhido em suas prévias o governador de São Paulo, João Doria, como pré-candidato do partido à eleição. Em 23 de maio, contudo, Doria anunciou sua desistência da disputa presidencial, após forte pressão interna na legenda para que abrisse mão da candidatura. A sigla oficializou apoio à candidatura de Tebet.





Cabo Daciolo (PMB), por sua vez, anunciou em meados de março ter desistido de se candidatar novamente à Presidência e declarou voto em Ciro. Em 2018, Daciolo ficou em 6º lugar com 1,3 milhão de votos — 1,26% do total.

Até agora, existem três mulheres entre pré-candidatos à Presidência da República: Simone Tebet (MDB), Vera Lúcia (PSTU) e Sofia Manzano (PCB).

A lista definitiva de candidatos só vai ser definida nas convenções partidárias que vão ocorrer entre 20 de julho e 5 de agosto de 2022.

A BBC News Brasil lista aqui os nomes lançados como pré-candidatos — e os desafios que cada um tem a enfrentar.

Jair Bolsonaro (PL)

O presidente Jair Bolsonaro vai disputar a reeleição pelo Partido Liberal (PL), legenda de Valdemar Costa Neto, um dos condenados no escândalo do Mensalão. Atualmente ele tenta alavancar seus números nas pesquisas eleitorais.





Na última pesquisa Datafolha, divulgada em 23 de junho, o atual presidente alcançava 28% das intenções de voto no primeiro turno. Sua campanha diz que está colhendo números positivos após a aprovação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que amplia e cria benefícios sociais em ano eleitoral.

No começo do ano, Bolsonaro enfrentava efeitos de uma avaliação negativa sobre sua condução do governo como a reação do governo à pandemia do coronavírus, os escândalos envolvendo seus filhos, especialmente em relação às chamadas "rachadinhas" e acusações relacionadas à compra de vacinas contra a covid-19.

Mais recentemente, seu governo foi atingido por suspeitas de irregularidades praticadas no Ministério da Educação. As suspeitas são de que pastores evangélicos estariam cobrando propina de prefeitos em troca da liberação de verbas do Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE). O governo alega que determinou que o caso fosse investigado, mas o caso já levou à queda do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, que chegou a ser preso.





A crise econômica, com alta contínua da inflação, e o aumento da pobreza também podem significar desafios para a reeleição de Bolsonaro.

Por outro lado, o aumento do valor do Auxílio Brasil (antigo Bolsa Família), previsto para agosto, pode ajudar a recuperar parte dos votos. Bolsonaro deu novo nome ao programa, em uma tentativa de imprimir marca própria na assistência social.

O presidente também conta com uma base de eleitores fiéis dispostos a ir às ruas para defender suas posições, como ocorreu nos protestos de 7 de setembro do ano passado.

Para o cientista político Claudio Couto, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), um desafio será sustentar o discurso de combate à corrupção, como as acusações de que tentou interferir em investigações da Polícia Federal.

Se antes de se eleger presidente Bolsonaro era um dos principais defensores da Lava Jato, foi durante seu governo que a força tarefa foi desmantelada e o ritmo das investigações se reduziu consideravelmente.

"Para Bolsonaro, o discurso anticorrupção foi perdido e foi perdido por conta dos problemas na família, o envolvimento em compra de vacina, e o favorecimento de seus aliados do Centrão . Esse discurso, a não ser para quem acredita que o PT detém o monopólio da corrupção, não vai colar como em 2018", diz Couto.





Bolsonaro está, atualmente, em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás apenas de Lula. Em um eventual segundo turno com Lula, ele poderá voltar a personificar o antipetismo que o ajudou a se eleger em 2018.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT)


(foto: Reuters)

O ex-presidente Lula aparece em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto para presidente da República, seguido por Bolsonaro. Desde que teve sua condenação por corrupção anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sua candidatura pelo PT à Presidência, que pareceu distante há alguns anos, ganhou força e se materializou.

O principal obstáculo do ex-presidente é o antipetismo, que ainda deve ter peso na próxima disputa presidencial, com eleitores buscando alternativas em uma terceira via ou recorrendo a Bolsonaro para evitar uma vitória de Lula.





Apesar disso, as últimas pesquisas de opinião mostram que a rejeição do ex-presidente é menor do que a dos outros quatro candidatos mais competitivos na disputa. Uma das estratégias do PT para diminuir a resistência a Lula foi a indicação do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB) como vice da chapa.

Lula aparece com 35% de rejeição na pesquisa de intenção de voto do Datafolha de 23 de junho, enquanto 55% dizem que não votariam em Bolsonaro.

"O Lula tem a dificuldade de vencer o antipetismo. Mas isso está mais fraco do que foi anteriormente. Uma parte dos problemas que originou o antipetismo, que é o escândalo de corrupção, se dissolveu pelo tempo que passou, são escândalos já precificados", avalia Claudio Couto, da FGV.

Lula tem a vantagem de, ao menos por enquanto, só ter Ciro Gomes como adversário de esquerda na disputa. Todos os demais pré-candidatos são associados à centro-direita ou direita. Este é um cenário mais favorável para que ele chegue ao segundo turno.





"Lula, de todos os candidatos, é o que pode estar na posição mais confortável. Ele tem na esquerda um apoio consolidado. Ciro Gomes, ao bater forte em Lula e Dilma , como tem efeito, abdicou de parte do eleitorado da esquerda", diz Couto.

Ciro Gomes (PDT)


(foto: REUTERS/Amanda Perobelli)

O PDT lançou a candidatura de Ciro Gomes no dia 21 de janeiro, em ato na sede do partido em Brasília. Será a quarta vez que Ciro Gomes concorre ao cargo. Em 2018, ficou em terceiro lugar no primeiro turno, com 12,5% dos votos.

Ele também concorreu à Presidência em 2002 e 1998. Candidato associado à esquerda ou centro-esquerda, Ciro Gomes tenta novamente despontar como alternativa a Lula e Bolsonaro.

A seu favor, ele conta com experiência política, em uma eleição que não dará o mesmo peso a outsiders, ou figuras antipolíticas, como a de 2018. Ciro foi prefeito de Fortaleza, deputado estadual, deputado federal, governador do Ceará e ministro dos governos de Itamar Franco e Lula.





Ele passou por sete partidos e deve concorrer à eleição de 2022 pelo PDT. Para fazer frente à candidatura de Lula, Ciro tem adotado uma estratégia de ataque, criticando fortemente o ex-presidente.

Ciro chegou a acusar Lula de conspirar para o impeachment de Dilma e, quando a petista saiu em defesa do padrinho político, Ciro reagiu dizendo que a ex-presidente foi uma das pessoas "mais inapetentes, incompetentes e presunçosas" a presidir o Brasil.

Se por um lado essa estratégia visa firmar Ciro Gomes como alternativa a Lula, por outro, pode eventualmente afastar eleitores que nutrem alguma simpatia pelo PT ou que defendem uma ampla aliança contra Bolsonaro.

"Ao mesmo tempo em que essa estratégia pode custar votos de eleitores da esquerda, Ciro tem dificuldade em conquistar, de fato, eleitores da direita. Ele ainda é visto como alguém, no mínimo, de centro-esquerda", diz Claudio Couto.

Simone Tebet (MDB)


(foto: DIVULGAÇÃO/SIMONE TEBET)

A pré-candidatura de Simone Tebet foi lançada em dezembro de 2021 pela direção nacional do MDB.





Ela foi a primeira mulher a disputar o comando do Senado, em 2021. Também foi a primeira mulher a comandar a disputada Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a primeira vice-governadora de Mato Grosso do Sul e primeira prefeita de Três Lagoas (MS).

A possibilidade de candidatura à Presidência surgiu do destaque que Tebet teve na CPI da Covid no Senado. Embora não fosse integrante fixa da comissão, ela participou dos principais depoimentos com uma postura contundente e crítica à gestão de Bolsonaro na pandemia.

O principal obstáculo que a senadora deverá enfrentar é se tornar nacionalmente conhecida. "Ela é desconhecida fora de seu Estado, o Mato Grosso do Sul. A CPI fez com que ela se tornasse conhecida por uma parcela pequena dos eleitores, aqueles que leem jornal, mas isso não é ainda suficiente", avalia Couto.





Na pesquisa Datafolha de junho, apenas 23% dos entrevistados afirmaram conhecer Tebet.

Tebet chegou a enfrentar resistência interna dentro do próprio MDB. Líderes do partido reuniram-se com o ex-presidente Lula e indicaram que poderiam apoiá-lo no primeiro ou no segundo turno.

Em junho, contudo, a sigla uniu forças com PSDB e Cidadania em torno da candidatura da senadora.

Luciano Bivar (União Brasil)


Luciano Bivar é deputado federal e já foi candidato à Presidência em 2006 (foto: Ag Senado)

O deputado federal e presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar (PE) teve seu nome escolhido pela bancada do partido na Câmara dos Deputados como o pré-candidato da legenda à Presidência da República. A decisão ainda precisará ser referendada pela convenção partidária. Ele tem 77 anos de idade.

Bivar é empresário e já foi dirigente do Sport Clube Recife, um dos mais tradicionais de Pernambuco. Ele foi um dos fundadores do PSL, partido pelo qual o presidente Jair Bolsonaro se elegeu em 2018.

Após desentendimentos entre Bolsonaro e o comando da sigla, o presidente deixou o partido. Em fevereiro deste ano, o PSL se fundiu ao Democratas para criar o União Brasil.





Em seus discursos, Bivar defende o liberalismo econômico. Em 2006, ele chegou a disputar a Presidência, mas ficou em penúltimo, com apenas 0,1% dos votos válidos.

Apesar de estar em um partido grande, que deverá ter acesso a R$ 770 milhões do fundo eleitoral e amplo tempo de TV na campanha, para se consolidar como candidato, Bivar deverá ampliar o eleitorado (apenas 19% disseram conhecer seu nome, segundo o Datafolha).

Além disso, ainda não está inteiramente claro se a pré-candidatura de Bivar à Presidência é uma posição firme do partido.

Vera Lúcia (PSTU)


Vera Lúcia (foto) encara sua candidatura como mais uma missão partidária (foto: Romerito Pontes / PSTU - Divulgação)

O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) lançou a candidatura de Vera Lúcia em 19 de março. Esta será a segunda vez que ela disputa a Presidência pela sigla. A primeira foi em 2018, quando obteve 55,7 mil votos, o equivalente a 0,05% dos votos válidos.

O PSTU foi fundado no início dos anos 1990 a partir de dissidências de outros partidos como o PT, partido ao qual Vera Lúcia chegou a ser filiada até 1992. O partido se autodefine como "socialista e revolucionário".





Antes de ingressar na política, Vera Lúcia foi faxineira e costureira em Sergipe, Estado onde iniciou sua militância. Ela participou da fundação do sindicato dos profissionais de costura da indústria calçadista do Estado.

Durante os governos petistas, o PSTU se colocou como oposição, fazendo críticas tanto às gestões de Lula quanto de Dilma.

Na avaliação da cientista política Carolina Botelho, do Laboratório de Estudos Eleitorais, de Comunicação Política e de Opinião Pública da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o principal obstáculo a ser enfrentado por ela é ser pouco conhecida. "Fazer dessa candidatura algo nacional é muito difícil nesse contexto", afirma Botelho.

Pesquisa realizada pelo Datafolha divulgada em junho mostra que somente 21% dos eleitores entrevistados afirmaram conhecer Vera Lúcia.

Sofia Manzano (PCB)

Em fevereiro, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) lançou a pré-candidatura da professora universitária Sofia Manzano. Ela tem 50 anos de idade e começou sua militância política aos 18, em 1989.





Manzano é economista formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), mestre em Desenvolvimento Econômico pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e doutora em História pela Universidade de São Paulo (USP).

Desde 2013, ela vive em Vitória da Conquista, onde dá aulas na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). O foco das suas pesquisas são as relações de trabalho e a desigualdade social.

Em entrevista concedida em abril para o site Brasil de Fato RS, Manzano defendeu propostas como intensificar pesquisas universitárias para o setor agrícola para que elas tenham como foco a agricultura familiar e as pequenas propriedades e não o chamado agronegócio. Ela também fez uma defesa do comunismo.

"Porque o comunismo é a proposta mais generosa que a humanidade já produziu para ela própria. Mas como o comunismo sempre é o responsável pelo enfrentamento do que há de mais terrível no capitalismo, é muito demonizado", disse Sofia.





Manzano enfrenta na eleição um desafio. Seu nome teve o menor índice, segundo o Datafolha divulgado em junho, de conhecimento entre os entrevistados: 7%.

Luiz Felipe D'Ávila (Novo)


(foto: Novo)

O cientista político Luiz Felipe D'Ávila foi anunciado em novembro como pré-candidato do Partido Novo à Presidência da República. Em 2018, a legenda surpreendeu em desempenho quando seu então candidato à presidente, João Amoêdo, terminou o primeiro turno em quinto lugar, com 2,5% dos votos, à frente de candidatos como Henrique Meirelles (então MDB, hoje no União Brasil) e Marina Silva (Rede).

Amoêdo, que chegou a anunciar voto em Bolsonaro no segundo turno, passou a defender o impeachment do presidente durante a pandemia. Ele chegou a ser lançado novamente como pré-candidato pelo Novo no início do ano, mas sua candidatura sofreu oposição de parcela dos integrantes do partido, sobretudo entre os que apoiam Bolsonaro. O partido, então, decidiu lançar D'Ávila.

Ex-PSDB, D'Ávila coordenou o programa de governo do candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, em 2018, mas depois deixou o partido. Ele é crítico de Bolsonaro e Lula e diz que os dois formaram governos "populistas de direita e esquerda". Ao ser lançado pré-candidato pelo Novo, defendeu privatizações e outras reformas para reduzir o papel do Estado na economia.





"O populismo apenas perpetua a miséria, a pobreza, a corrupção e o mau funcionamento das instituições democráticas", disse.

A dificuldade do partido Novo será tornar D'Ávila conhecido nacionalmente: apenas 19% dos entrevistados pelo Datafolha em junho o conheciam.

Além disso, enquanto em 2018 o partido se beneficiou de um forte movimento de rejeição da política e de busca por quadros novos, a eleição de 2022 tende a ser menos focada nos outsiders.

Na avaliação de Carolina Botelho, um dos obstáculos a serem enfrentados por D'Ávila é o desgaste do Novo decorrente da aproximação da legenda com posições bolsonaristas.

"Acho que o principal problema a ser enfrentado é a rejeição que o Novo ganhou nos últimos anos. Eles foram responsáveis pelo ingresso do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles na vida pública e estão com uma imagem muito associada ao bolsonarismo", afirmou.





Leonardo Péricles (Unidade Popular)

Leonardo Péricles é técnico em eletrônica e presidente nacional do Unidade Popular pelo Socialismo (UP), partido de esquerda fundado em 2019. Ele mora em uma ocupação em Belo Horizonte, e sua pré-candidatura foi anunciada em novembro de 2021.

O pré-candidato defende pautas como a realização de uma nova Assembleia Constituinte e um plebiscito para consultar a população sobre refinanciamento da dívida pública do país e a reforma urbana por meio da destinação de imóveis ociosos para moradia popular.

Assim como Vera Lúcia, Leonardo também enfrenta uma alta taxa de desconhecimento por parte do eleitorado. Segundo o Datafolha, somente 9% dos eleitores entrevistados em junho afirmaram conhecer a pré-candidata.

"Acho que essa barreira (baixa taxa de reconhecimento) é muito grande. Até por isso, não acredito que algumas dessas candidaturas tenham, de fato, o objetivo de chegar à Presidência. É comum que alguns usem esse momento para levantar suas bandeiras e fazerem seus partidos ficarem mais conhecidos", afirma Carolina Botelho.





André Janones (Avante)


(foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

O partido Avante oficializou a candidatura do deputado federal André Janones (MG) no dia 29 de janeiro. Em discurso, ele defendeu a criação de um programa de renda mínima para pessoas na faixa da pobreza no Brasil.

"Vamos encampar essa campanha de um programa de renda mínima para aqueles que mais precisam. E, quando eu falo sobre isso, a primeira coisa que sempre me perguntam em qualquer entrevista ou debate é 'vai tirar dinheiro de onde?'. Ninguém nunca perguntou de onde vai tirar dinheiro para pagar o juro a banqueiro, para pagar amortização de dívida, para pagar privilégio de político", disse.

Janones também tenta se consolidar como a "verdadeira" opção da "terceira via". No lançamento de sua candidatura, ele chamou Ciro Gomes e Sergio Moro de "puxadinhos" de Lula e Bolsonaro.

"As pessoas não migraram para a terceira via porque perceberam que era mais do mesmo. O eleitor que vota em Bolsonaro não vê muita diferença se for para Moro, e os eleitores de Lula não veem muita diferença em mudar para Ciro. É trocar seis por meia dúzia", declarou.





André Janones tem 37 anos, nasceu em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, é advogado e exerce seu primeiro mandato na Câmara.

Em 2016, ele se candidatou à Prefeitura da sua cidade, mas foi derrotado. Dois anos depois, foi um dos principais apoiadores da greve dos caminhoneiros em Minas Gerais, o que fez sua popularidade explodir nas redes sociais.

Em 2018, foi o terceiro deputado federal mais votado de Minas Gerais, com 178.660 votos. Assim como os demais pré-candidatos à presidência que são parlamentares, Janones terá a dificuldade de se tornar realmente conhecido em âmbito nacional.

Ele era conhecido por 25% dos eleitores entrevistados pelo Datafolha em junho.

José Maria Eymael (Democracia Cristã)


(foto: Democracia Cristã)

O fundador e atual presidente do Democracia Cristã, é apresentado como pré-candidato pelo partido desde 2020, mas a informação foi formalizada em março.





Empresário e advogado, com especialização em Direito Tributário, Eymael já disputou a Presidência outras cinco vezes no passado. Foi deputado federal constituinte em 1988 e ficou conhecido pelo jingle "Ey, Ey, Eymael, um democrata cristão", lançado em 1985, quando se candidatou a prefeito de São Paulo pela primeira vez.

No discurso em que formalizou sua participação na corrida de 2022, o candidato disse ser a favor de "valores da família" e que defende a adoção de programas de emprego e moradia para o país.

"Nossos valores são os valores da família, as necessidades da família. E na campanha para a Presidência da República vamos defender alguns princípios. Um deles é o emprego. E, para ter emprego, precisamos ter desenvolvimento no país", declarou.

Eymael, de 82 anos, concorreu à Presidência nas eleições de 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018. Nunca foi para o segundo turno e, nas últimas eleições, recebeu 41,7 mil votos (0,04%).

Pablo Marçal (PROS)

Em maio, o Partido Republicano da Ordem Social (PROS) anunciou que estava lançando a primeira candidatura para Presidência do Brasil de sua história: a do empresário Pablo Marçal, que se define em seu site como "cristão, filantropo, empreendedor imobiliário e digital, mentor, estrategista de negócios e especialista em branding".





Marçal se coloca como distante da divisão entre esquerda e direita e exalta sua presença nas redes sociais.

Mas seu nome apareceu no noticiário no início de janeiro não por suas pretensões políticas e sim por ter liderado uma expedição ao Pico dos Marins, no Estado de São Paulo, que acabou exigindo resgate pelo Corpo de Bombeiros.

O pré-candidato ainda não apresentou formalmente suas propostas, mas já anunciou seu objetivo de estimular o empreendedorismo nacional, com a criação de 4 milhões de empresas e 20 milhões de empregos. Ele também defende a aproximação entre educação e digitalização, por exemplo com a implantação de universidades públicas digitais.

Uma desvantagem de Marçal é que sua legenda recebe recursos do fundo eleitoral bem abaixo de outras siglas — segundo estimativa da Associação Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep) feita a pedido do portal UOL, o PROS deverá receber algo em torno de R$ 89 milhões do fundo.





Também ainda é pouco conhecido. Na pesquisa Datafolha de junho, apenas 12% dos entrevistados disseram conhecer seu nome.

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