Será aberta, hoje, a temporada 2022 das convenções partidárias. Os encontros dão às legendas políticas a chance de homologar suas candidaturas rumo à eleição geral de outubro.
No plano nacional, a janela de conferências começa com o PDT, que reunirá sua cúpula durante a tarde, na sede da agremiação, em Brasília (DF). O objetivo é referendar a participação de Ciro Gomes na disputa presidencial.
Também depois do almoço, mas em Belo Horizonte, os filiados do PL em Minas Gerais farão seu encontro estadual. A pré-candidatura do senador liberal Carlos Viana ao governo será uma das pautas da plenária, agendada para a Assembleia Legislativa, na Região Centro-Sul da capital.
O período destinado às convenções se encerra em 5 de agosto. Apesar disso, os partidos terão mais 10 dias para aparar arestas que, eventualmente, ainda precisem de acertos. Isso porque o prazo para registrar as chapas junto à Justiça Eleitoral vence no dia 15 de agosto. Siglas que chegarem a consensos já nas convenções, contudo, poderão começar os trâmites para registrar suas candidaturas.
No PL mineiro, Viana chega à convenção com o aval do correligionário Jair Bolsonaro. O senador se filiou à legenda liberal para ser o palanque do presidente em Minas Gerais. E, enquanto trabalha para obter o apoio do Republicanos, enfrenta resistência vinda de quadros da própria sigla, que desejam apoiar a reeleição de Romeu Zema (Novo). Na sexta-feira, Bolsonaro foi à Zona da Mata visitar Juiz de Fora, onde, em 2018, levou uma facada. Viana engrossou a comitiva, assim como Marcelo Álvaro Antônio, o pré-candidato do PL de Minas ao Senado Federal
“Só saio da disputa se o presidente me disser: ‘vamos tomar outro rumo’. Enquanto isso não acontecer, estou viajando, visitando e levando minhas ideias”, disse o parlamentar no mês passado ao “EM Entrevista”, podcast de política do Estado de Minas. Viana tem, ainda, minimizado gestos de Bolsonaro em direção a Zema.
O deputado estadual Léo Portela, no entanto, chegou a classificar a pré-candidatura de Viana como “projeto pessoal”. “Sou do PL e contra o lançamento de candidatura própria a governador em Minas”, afirmou no mês passado. O segundo partido com pré-candidato próprio ao governo a se reunir será o PSTU, que amanhã promove conferência a fim de ratificar Vanessa Portugal no páreo pelo Executivo estadual.
O deputado estadual Léo Portela, no entanto, chegou a classificar a pré-candidatura de Viana como “projeto pessoal”. “Sou do PL e contra o lançamento de candidatura própria a governador em Minas”, afirmou no mês passado. O segundo partido com pré-candidato próprio ao governo a se reunir será o PSTU, que amanhã promove conferência a fim de ratificar Vanessa Portugal no páreo pelo Executivo estadual.
No plano nacional os protagonistas do primeiro dia da janela de convenções são Ciro e PDT. Ainda não há adesões externas ao projeto presidencial trabalhista. Em 2018, houve aliança com o Avante, que neste ano aposta em André Janones. Agora, enquanto debatem sobre as possibilidades que podem ocupar a vaga de vice de Ciro, os pedetistas desenham os palanques locais.
Em Minas, decisões judiciais impediram a candidatura de Miguel Corrêa ao governo – ex-petista, ele também sofreu críticas públicas de Ciro. Antes do ensaio por Corrêa, houve movimento para atrair Alexandre Kalil (PSD), mas a união do ex-prefeito de BH a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) frustrou os planos.
Agora, o ponto principal da pauta é uma união ao PSDB, cujo postulante ao Palácio Tiradentes deve ser Marcus Pestana. Assim, para dar cartaz à campanha de Ciro, a costura entregaria aos pedetistas a candidatura ao Senado no time tucano. Bruno Miranda, vereador de Belo Horizonte, é apontado nos bastidores como um dos nomes que o PDT poderia escolher para ser o candidato a senador na aliança com o tucanato.
Agora, o ponto principal da pauta é uma união ao PSDB, cujo postulante ao Palácio Tiradentes deve ser Marcus Pestana. Assim, para dar cartaz à campanha de Ciro, a costura entregaria aos pedetistas a candidatura ao Senado no time tucano. Bruno Miranda, vereador de Belo Horizonte, é apontado nos bastidores como um dos nomes que o PDT poderia escolher para ser o candidato a senador na aliança com o tucanato.
“Esse (o acordo com o PSDB) é nosso caminho mais próximo, mas ainda há alguns pontos a serem acertados”, diz o deputado federal Mário Heringer, presidente do PDT no estado. “Estamos buscando o melhor palanque possível para Ciro em Minas”, garante ele.
Definições no fim de semana
Durante a manhã de domingo, o PSD de Alexandre Kalil reunirá seus convencionais no plenário da Assembleia Legislativa. Simultaneamente, em outro espaço do Parlamento mineiro, representantes de PT, PCdoB e PV, que se uniram para formar a Federação Brasil da Esperança (FeBrasil), vão homologar o apoio ao ex-prefeito de Belo Horizonte. Em conjunto, PSD e os partidos da coalizão petista decidiram que o vice-candidato do grupo ao governo será André Quintão (PT); para o Senado Federal, a frente defenderá a reeleição do pessedista Alexandre Silveira.
Em Minas, PT e PSD têm buscado reforçar o alinhamento existente. “A ideia é fazer as convenções na mesma data, em horários e locais próximos, para poder unificar a ação política”, explica o deputado estadual Cristiano Silveira, presidente do PT mineiro e líder do diretório local da FeBrasil. Segundo Alexandre Silveira, que além de senador é presidente do PSD no estado, o grupo em torno de Lula e Kalil forma um só time. Por isso, a proposta de aproximar, no tempo e no espaço, a convenção pessedista do encontro petista. “Foi uma ideia que tivemos para demonstrar nossa união e o projeto conjunto que estamos construindo para devolver a felicidade para Minas e para o Brasil”.
Apesar da convergência local, o PSD deve ficar neutro no primeiro turno da eleição presidencial. A decisão deve ser ratificada, justamente, na convenção nacional. “Entendo o pensamento diverso de alguns dentro do partido, mas apoiar Lula nesse momento é um compromisso importante para a pacificação do país, para a defesa da democracia e dos valores mais caros ao povo brasileiro, como o combate à fome e à miséria, o controle da inflação e a volta do desenvolvimento econômico, com mais justiça social”, contrapõe Silveira.
No sábado, o governador Romeu Zema (Novo) deve ganhar o apoio oficial do Avante à sua reeleição. A convenção do Novo, agendada para o mesmo dia, será virtual e destinada apenas aos componentes do partido. O governador tem construído uma ampla coalizão ao seu redor, com legendas como MDB, PP, Podemos, Agir e Patriota. Como mostrou o EM recentemente, a ideia é ter o deputado federal Marcelo Aro, do PP, como candidato do grupo ao Senado.
A indicação ao posto de vice-candidato ao governo, no entanto, ainda é cercada por indefinição. Aliados creem que será possível convencer o PSDB, do pré-candidato Marcus Pestana, a liberar Eduardo Costa para a vaga. O jornalista é filiado ao Cidadania, partido que compõe uma federação com os tucanos. Ainda não há data para o encontro PSDB-Cidadania. Se a opção for por uma solução vinda do Novo, contudo, Mateus Simões, ex-secretário-geral da gestão estadual, é tido como o nome mais forte. (GP e LP)