O diretório mineiro do Partido Liberal (PL) reuniu seus filiados nesta quarta-feira (20/7), na Assembleia Legislativa, em Belo Horizonte, mas não oficializou a candidatura do senador Carlos Viana ao governo estadual.
Durante a convenção da sigla, os liberais decidiram dar amplos poderes à cúpula da legenda em Minas para definir se haverá ou não um postulante próprio ao Palácio Tiradentes. O presidente da República, Jair Bolsonaro, e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, também terão influência na decisão.
As definições referentes às convenções partidárias devem ser tomadas até o próximo dia 5. As candidaturas precisam ser registradas junto à Justiça Eleitoral até 15 de agosto.
Como mostrou mais cedo o Estado de Minas, Viana busca vencer a resistência de parte dos deputados do PL, que desejam apoiar a reeleição de Romeu Zema (Novo). Apesar dos entraves, garantiu que só sairá do páreo se a direção do partido, em conjunto com Bolsonaro, assim decidir.
“Na semana que vem vamos sentar em Brasília (com Costa Neto e Bolsonaro) e resolver essa questão. Estou confiante que nos próximos dias vocês terão a notícia do meu nome confirmado como candidato do PL”, disse o senador.
‘O ideal é que estejamos unidos’
Viana se filiou ao PL em 1° de abril deste ano, no fim da janela para trocas partidárias. Ele deixou o MDB a fim de dar palanque a Bolsonaro em Minas.
“O ideal é que nós, do partido, estejamos unidos pelo mesmo propósito. Sou pré-candidato ao governo e não vou desistir disso. Coloquei isso com muita clareza para os deputados, mesmo com toda a resistência que venho enfrentando, e de forma legítima. Mas essa decisão será tomada de forma nacional”, afirmou.
Mesmo sem ser oficializado como candidato ao governo, Viana fez discurso durante a convenção do PL e um apelo aos parlamentares liberais em prol de sua participação na eleição estadual.
“O presidente precisa de palanque no estado. Eu venho deixando claro para todos que quem levanta o braço do presidente em Minas sou eu”, assinalou.
“Existem várias tentativas da união da direita que não foram bem sucedidas porque quem está governando o estado não quer o apoio do presidente. Muito bem! Então vamos para a disputa”, continuou, em crítica a Zema.
Pesquisas a respeito da disputa eleitoral no estado apontam Viana em terceiro lugar. Ele aparece atrás de Zema, o líder, e Alexandre Kalil (PSD), ex-prefeito de Belo Horizonte.
O deputado estadual Bruno Engler, que tentará a reeleição e é próximo a Bolsonaro, chamou Viana de "futuro governador" do estado.
Marcelo Álvaro também não é oficializado
O pré-candidato de Bolsonaro ao Senado, por Minas, é o deputado federal Marcelo Álvaro Antônio, também pertencente aos quadros do PL. Assim como a candidatura de Viana, a participação dele no pleito não foi referendada.
Segundo Álvaro Antônio, não há resistência interna em torno de seu nome. “Estou absolutamente tranquilo, e no momento certo o registro da candidatura vai acontecer”, projetou.
O PL conversa com o Republicanos, partido da base aliada ao governo federal, para formar uma aliança em Minas. “O Republicanos é parceiro em nível nacional e pode ser também em nível estadual. Outros partidos estão sendo sondados. A conversa existe”, explicou o pré-candidato a senador.