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Estado de Minas ELEIÇÕES 2022

Para ajudar Bolsonaro nas pesquisas, Auxílio Brasil pode ser antecipado

Ministério mantém calendário original do programa, mas pode antecipar pagamento para ajudar Bolsonaro nas pesquisas


21/07/2022 09:56 - atualizado 21/07/2022 10:21

Imagem de banner do Auxílio Brasi
Auxílio Brasil pode ser usado para fins eleitoreiros para ajudar Bolsonaro (foto: Marcelo Casal Jr. / Agência Brasil )
Considerada a principal estratégia para impulsionar as intenções de votos no presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições deste ano, o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600 (R$ 200 a mais do que o valor normal do benefício) deve começar em 18 de agosto, segundo portaria publicada ontem pelo Ministério da Cidadania no Diário Oficial da União. No entanto, o governo pretende antecipar o pagamento para a primeira quinzena do próximo mês. O objetivo é melhorar a avaliação do presidente entre os beneficiários de programas de assistência de renda herdeiros do Bolsa Família, da era do PT.

De acordo com a Portaria nº 797, que regulamenta o adicional de R$ 200, o pagamento será feito em agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro. Segundo o texto, o beneficiário receberá o auxílio "na data prevista no calendário de pagamentos do referido programa". Ou seja, o cronograma de pagamentos já existente não foi alterado. No entanto, a assessoria do ministro da Cidadania, Ronaldo Vieira Bento, informou que ele tem a "intenção" de antecipar o cronograma para a primeira quinzena de agosto.

Atualmente, o repasse é realizado nos 10 últimos dias úteis do mês, de acordo com o Número de Identificação Social (NIS) dos beneficiários. Os primeiros a receber o auxílio com valor aumentado serão as pessoas cujo NIS termina com o algarismo 1. Em seguida, vêm os NIS com final 2, 3 e assim por diante. O calendário pode ser conferido no site do ministério.

Bondades

Atualmente, 17,5 milhões de famílias são atendidas pelo programa. O Auxílio-Brasil é pago a famílias em situação de extrema pobreza com renda per capital mensal de até R$ 105, ou em situação de pobreza, com renda per capita de até R$ 210.

O reajuste do benefício de R$ 400 para R$ 600 foi estabelecido pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 1/2022, o chamado "pacote de bondades", promulgada na semana passada pelo Congresso Nacional. A PEC elevou as despesas do governo em R$ 41,25 bilhões neste ano, ao arrepio da lei eleitoral e fora da regra do teto de gastos, o que foi mal recebido por analistas ao gerar preocupações sobre o equilíbrio das contas públicas.

"Todos os governos, desde FHC, usaram a máquina pública para oferecer ajuda aos necessitados, em troca de melhorar suas avaliações junto aos mais pobres. Existem recursos para esse auxílio. Melhor serem gastos com quem precisa. Até a oposição votou maciçamente no auxílio emergencial, porque todos ganham com isso, afinal, a oposição também quer se reeleger", avaliou o cientista político Antonio Flávio Testa.

Para Alexandre Pereira da Rocha, também cientista político, o objetivo da campanha de Bolsonaro, nesse momento, é chegar com fôlego ao segundo turno. "Para tanto, ele está apostando numa cartada, a de que a população mais necessitada não possui lado partidário, mas segue o governo que presta auxílio. A dúvida é se essas medidas serão suficientes, na segunda rodada de votação, para mudar a vantagem do seu principal oponente na disputa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)."

Vale-gás

Além do Auxílio-Brasil, a portaria regulamentou o novo vale-gás, também aprovado pelo "pacote de bondades". O governo passará a custear 100% do valor médio nacional do botijão de 13kg. Antes da medida entrar em vigor, o benefício correspondia a 50%. Quase 6 milhões de brasileiros recebem o vale-gás, que terá valor adicional nos meses de agosto, outubro e dezembro.

Um terceiro benefício de transferência de renda ainda depende de regulamentação: o auxílio-combustível para caminhoneiros e taxistas. Nesse caso, as regras serão fixadas pelo Ministério do Trabalho, mas há divergência entre os caminhoneiros sobre a política adotada. Para um grupo, receber "esmola" não resolve o problema dos altos preços dos combustíveis.


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