A Fundação Nacional do Índio (Funai) informou, por meio de nota à imprensa, que acionou a Polícia Federal da Espanha contra o indigenista Ricardo Henrique Rao, indigenista e ex-funcionário da Fundação Nacional do Índio (Funai). Na manhã desta quinta-feira (21/7), em Madri, Rao foi responsável pelo ataque contra Marcelo Xavier, presidente do órgão, durante a XVI Assembleia Geral Extraordinária do Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas da América Latina e do Caribe (Filac).
"A Funai lamenta o ocorrido e destaca que tais atitudes são irresponsáveis, violentas e antidemocráticas, inviabilizando, assim, qualquer tipo de diálogo sadio e producente, que deve ser sempre pautado no respeito entre as partes. A fundação entende que não se constroem políticas públicas na base de ofensas e argumentos destituídos de fundamento e provas. Tais atitudes não são compatíveis com o Estado Democrático de Direito", diz a nota.
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O órgão informou que Rao foi servidor da Funai até o ano de 2020, tendo sido exonerado na ocasião por não ter cumprido as condições de estágio probatório. Por sua vez, Rao ainda não respondeu à reportagem. Caso o ativista se manifeste, as informações serão atualizadas.
Ataque
Rao interrompeu uma reunião da Filac para xingar o presidente da Funai. "Este homem não pertence aqui, não é digno de estar entre os senhores. O Itamaraty é uma vergonha. O Itamaraty está sendo babá de miliciano. Marcelo Xavier é um miliciano. É responsável pela morte de Bruno Pereira e Phillips. Miliciano. Vai embora. Vai pra fora", gritou o indigenista ao interromper o evento.
Além dos xingamentos, Rao disparou acusações contra Xavier, por suposta ligação com a morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips.