O deputado federal Paulo Abi-Ackel, presidente do PSDB em Minas Gerais, confirmou que o partido está em negociações avançadas para formalizar aliança com o PDT no estado. Com isso, os tucanos mineiros tendem a apoiar Ciro Gomes para o Planalto, recebendo em contrapartida o incentivo ao ex-deputado Marcus Pestana na disputa pelo governo.
Inicialmente, o PSDB mantinha conversas com o MDB e daria a Paulo Piau, ex-prefeito de Uberaba, a oportunidade de concorrer ao Senado na chapa. Contudo, a legenda emedebista optou por fechar com o Novo, do governador Romeu Zema, que lançou o deputado federal Marcelo Aro (PP) como candidato a senador.
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A postura do MDB mineiro foi alvo de críticas de Abi-Ackel. Por meio de nota, o parlamentar questionou a “falta de coesão do partido em torno da campanha da senadora Simone Tebet” (MDB-MS) à presidência.
“A displicente condução política que o MDB vem dando ao entendimento nacional firmado com o PSDB e a absoluta falta de coesão do partido em torno da candidatura da Senadora Simone Tebet, leva o PSDB naturalmente, a buscar diferentes parceiros na formação dos seus palanques estaduais. Em Minas Gerais, o PSDB avança no entendimento com o PDT”.
Apoio a Ciro é bem recebido
Segundo Abi-Ackel, o PSDB em Minas “também tem mantido diálogo com outros partidos para completar a formação da sua chapa majoritária, entre eles o União Brasil, cujos membros são parceiros históricos do PSDB no estado”.
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O deputado disse ainda que o possível apoio a Ciro Gomes, que oficializou a chapa para a presidência na quarta-feira (20), está sendo muito bem recebido pelo tucanato. “Registro aqui a minha admiração pessoal pelo presidenciável, de quem fui colega na Câmara dos Deputados”.
Com a aliança ao PDT, o PSDB espera fortalecer o palanque eleitoral de Marcus Pestana visando ao governo de Minas. Por sua vez, a sigla pedetista provavelmente lançará Bruno Miranda, vereador em Belo Horizonte, como nome para o Senado.
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Senado
A coalizão PDT-PSDB é um sinal de que está cada vez mais distante a hipótese de o deputado federal Aécio Neves tentar regressar ao Senado, cargo que ocupou de 2011 a 2019. Levantamento divulgado pelo Paraná Pesquisas em 15 de julho mostrou que o ex-governador de Minas liderava as intenções de voto, com 19%.
Contudo, o caminho mais provável para Aécio é buscar a reeleição na Câmara dos Deputados, na qual conquistou uma vaga no pleito de 2018, com 106 mil votos.
Quem se beneficiou com a ausência de Aécio Neves foi o atual representante mineiro no Senado, Alexandre Silveira (PSD), que ganhou força e contabilizou 13% nos dados do Real Big Time Data desta quinta-feira (21/7).
Silveira se aliou ao candidato à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e ao ex-prefeito de Belo Horizonte e postulante ao governo do estado, Alexandre Kalil (PSD).
Governo
Já a pesquisa para o governo indica a liderança do chefe do Executivo, Romeu Zema, com 44%, seguido por Alexandre Kalil, com 33%. O senador Carlos Viana (PL), correligionário do presidente Jair Bolsonaro, é o terceiro, com 8%. Marcus Pestana aparece em quarto, com 2%.
A pesquisa Real Time Big Data foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número: MG-05124/2022.
Foram entrevistadas por telefone 1.500 pessoas entre 19 e 20 de julho. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. Os dados têm 95% de nível de confiança.
Foram entrevistadas por telefone 1.500 pessoas entre 19 e 20 de julho. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. Os dados têm 95% de nível de confiança.