O ex-presidente Michel Temer (MDB) afirmou ontem (21/7) que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) é "honestíssima" e que seu processo de impeachment foi decorrente de problemas políticos, como a "dificuldade da petista de se relacionar com o Congresso Nacional e com a sociedade".
Ele ainda citou as pedaladas fiscais e classificou a questão como "uma coisa extremamente técnica". O ex-presidente também manteve o posicionamento de que não houve golpe em 2016, e sim o "cumprimento da Constituição Federal".
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O ex-presidente ainda rebateu a ideia, defendida pelo PT, de que ele foi um dos responsáveis pelo impeachment da petista e, consequentemente, do que é hoje classificado por muitos como um golpe.
"Não participei de golpe nenhum. Quando começou a chamada procedência de acusação na Câmara dos Deputados, eu vim para São Paulo e fiquei no meu escritório por várias semanas por uma razão que, eu reconheço, existe: que o vice é sempre o primeiro suspeito. Só voltei na ultima semana, quando todos me procuraram e avisavam que eu precisava estar em Brasília, porque a Câmara ia votar procedente a acusação para depois remeter ao Senado. Não participei de golpe coisa nenhuma e nem acho que teve golpe. O que teve foi cumprimento da Constituição Federal."
Questionado sobre os anos do mandato de Jair Bolsonaro (PL), Temer afirmou que o presidente cometeu um "grande erro político" ao negar a vacinação contra a COVID-19. "Se ele, logo no começo, tivesse assumido o combate à pandemia, chamado governadores, importado vacinas, visitado os estados, teria produzido um benefício extraordinário para ele. Ele trabalha contra ele próprio", disse.
Temer também negou ter ajudado Bolsonaro no 7 de Setembro do ano passado. "Ajudei o Brasil. Eu ajudo a pacificar o Brasil, quando me chamam", salientou.