O ex-presidente Michel Temer (MDB) chamou de "desarrazoada", nesta sexta-feira (22/7), a fala de Dilma Rousseff (PT), a quem ele substituiu na chefia do governo federal. A ex-presidente da República chamou Temer de "golpista" após ele afirmar que a petista, apesar de "honestíssima", teve problemas políticos ao longo de seu período no Palácio do Planalto.
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Dilma sobre Temer: 'Golpista. A história não perdoa traição'Renan Calheiros ameaça judicializar convenção do MDBLira sobre falas de Bolsonaro a embaixadores: 'Desnecessárias'Dilma e Temer são separados por Lula e Sarney em posse de Moraes no TSEEleições 2022: o que mudou na cabeça do eleitor brasileiro desde 2018Mais cedo, Dilma afirmou que Temer cometeu "traição política". Ele assumiu a presidência após o impeachment dela, em agosto de 2016. Nos três meses anteriores, o emedebista chefiou o governo interinamente.
Em nota, Dilma destacou que agradeceria se Temer não buscasse limpar sua "condição de golpista" utilizando a "honestidade pessoal e política" da petista. "O senhor Michel Temer não engana mais ninguém. O que se conhece dele é mais que suficiente para evitá-lo, razão pela qual não pretendo mais debater com este senhor", pontuou ela.
Temer nega golpe
Ontem, em entrevista ao "UOL", Temer garantiu que a antecessora não cometeu ilicitudes."Às vezes falam de corrupção, mas é mentira. Ela (Dilma) é honesta. O que eu sei, e pude acompanhar, embora estivesse à margem do governo e embora fosse vice-presidente, não há nada que possa apodá-la de corrupta. Para mim, honestíssima. Houve problemas políticos. Ela teve dificuldade no relacionamento com o Congresso Nacional, teve dificuldade no relacionamento com a sociedade e teve as chamadas 'pedaladas', uma coisa extremamente técnica, decretada pelo Tribunal de Contas da União. Esse conjunto de fatores é que levou multidões às ruas", justificou.
Segundo ele, o processo que culminou na deposição de Dilma não foi "golpe", mas "cumprimento da Constituição Federal".
A ex-presidente, no entanto, refutou a tese de Temer. "A 'dificuldade de diálogo com o Congresso' não é razão legal e constitucional para impeachment em um regime presidencialista, como ele bem sabe".